quarta-feira, 26 de setembro de 2012

O DIA DA CRIANÇA



Eduque a criança no caminho em que deve andar e até o fim da vida não se desviará dele.” (Provérbios 22.6)-BLH)
          
            Hoje é o Dia das Crianças.  Creio que todos nós, que já fomos crianças, sabemos do que elas gostam: Doces, brinquedos, passeios, etc. Todavia, sabemos também, agora, na condição de pais, de que elas carecem de amor, de carinho, de proteção e, acima de tudo, de educação, que é fundamental  pois se constitui na: “ação exercida pelas gerações adultas sobre as gerações formadas por crianças e jovens, visando o desenvolvimento de suas potencialidades físicas, intelectuais, morais e espirituais, de modo que possam viver em sociedade, sabendo exercer a sua cidadania.” Ouvi uma interessante história a propósito de educação. Uma senhora se aproximou de Napoleão Bonaparte e perguntou-lhe: “Senhor a partir de que idade devo iniciar a educação do meu filho? Ao que Napoleão indagou: que idade tem o seu filho? E a mãe respondeu: três meses e Napoleão lhe disse: a senhora já perdeu três meses”.Essa responsabilidade era da família e ocorria no espaço físico chamado lar. Os da minha idade se lembram da chamada: “Educação de Berço. Educação de Família.” Eram os pais que ensinavam os rudimentos das relações humanas de obediência, de respeito para com os mais velhos, de pedir licença para entrar e sair da sala de aula, ao terminar as refeições, de cumprimentar as pessoas, de oferecer o seu lugar aos idosos, de dizer obrigado, ao receber um presente, um elogio ou uma palavra de carinho, de nunca pegar nada que não lhe pertencesse, bem como não aceitar nada de pessoas estranhas.
            Reconheço que vivemos um outro tempo em razão das mudanças culturais e das necessidades econômicas que tiraram as mães dos lares e as levaram a colocar as suas mãos nos volantes de caminhões e ônibus, nos computadores nos escritórios e em outras várias e honestas atividades. Com isso, no entanto, “as mãos que embalavam os berços” hoje são usadas para outros fins em lugares que antes distanciavam apenas os pais do contato mais constantes com os filhos. Agora nos restam as Escolas públicas e particulares, responsáveis pela Educação das nossas crianças e dos nossos jovens, porém, como diz o povão: “é aí que mora o perigo.” Creio que o nosso país deve ocupar os primeiros lugares onde mais se fala em Educação e onde menos se investe nessa área de extraordinária importância para o homem, à sociedade e a nação. O meu espaço não me permite enumerar os vários problemas existentes nesse setor. Creio, no entanto, não ser necessário fazê-lo, pois eles são do domínio público, de pais e mães e dos próprios alunos e alunas de nossas Escolas. Escolas onde faltam condições de trabalho para os professores, cujo valor no contexto da ação de educar não é reconhecido; seus salários são a  prova dessa realidade. Onde a quantidade é mais valorizada do que a qualidade. As verbas que são destinadas aos Municípios não são medidas pela qualificação, mas pela  proporção de alunos. Onde se confunde informar com a  promoção da capacidade de pensar, que gera conhecimento e entendimento. Confundem escolaridade com capacidade, cultura com sabedoria e aí, meus caros, podemos continuar sendo um “país carinhoso,” porém, um país sem educação cívica, sem cidadania  consciente continuará,  convivendo com a  criminalidade alimentada pelos exemplos de corrupção que vêm de cima, e nossos adolescentes continuarão a serviço dos traficantes por absoluta falta de preparo e perspectivas quanto ao seu futuro. Creio que nossas comemorações devem ensejar um momento de profunda reflexão, pois pais sem Educação e país sem futuro.

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