quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

ENSINA A CRIANÇA


“Ensina a criança no caminho em que deve
andar, e ainda quando for velho não se desviará
dele” Pv 22.6.


Os noticiários da Mídia registram, no seu dia a dia, farto material sobre abusos com crianças. São recém-nascidos abandonados em lixeiras; em portas de casas; em banheiros de hospitais e até jogados nas ruas para serem atropelados; bem como da prostituição de menores. As cracolândias; as gangues de menores de rua, que assaltam e se drogam em pleno dia. Destacam a incidência da pedofilia até nos meios religiosos. Fatos que tornam claro o descaso que envolve a criança e, por conseqüência, o aviltamento do valor, da importância da vida humana, em nossos dias.
Tudo isso é, sem dúvida, efeito de algumas causas. A primeira delas é a desestruturação da família. Forçadas pelo problema econômico as mães passaram a trabalhar fora do lar; os pais chegam tarde do trabalho; os filhos, quando estão na escola, na maioria dos casos, freqüentam turnos diferentes, e com isso a família não tem mais a oportunidade de estar junta, reunida. Um outro fator muito mais grave ainda, é a forma de como o casamento vem sendo tratado, além do despreparo daqueles que tomam a decisão de unir suas vidas para viverem juntos, na relação de marido e mulher, ignorando as responsabilidades que assumirão, nas relações de uma vida a dois bem como em relação aos novos seres que trarão à existência.

Não pretendendo ficar citando “chavões,” pensamentos ou frases de efeito sobre a importância da instituição familiar. Todavia, quero lembrar que a família, que é uma instituição social, foi criada, não pela sociedade humana, mas pelo próprio Deus. (Gn 2.18-25). Esse fato justifica e nos dá a dimensão de sua importância para o ser humano e, por extensão, para toda a sociedade.
No Novo Testamento vemos como Jesus agia em relação às crianças. “Nós o vemos repreendendo os seus discípulos que tentavam impedir que elas se aproximassem dele.” E Mateus nos diz que: “ele impunha suas mãos sobre elas, num gesto de abençoá-las.” ( Mt 19.13-15). Marcos registra que “ele, as tomava nos seus braços e impondo-lhes as mãos as abençoava” ( Mc 10.13-16). E Lucas nos informa que “ele as chamava para junto dele” ( Lc 18.15-17). Porém a atitude de Jesus que nos dá a verdadeira dimensão da importância que ele atribuía às crianças, está no registro de Mateus 18.1-5, exatamente no momento em que seus discípulos lhe interrogavam sobre “quem seria o maior no reino dos céus”, e Jesus, tomando uma criança a “coloca no meio deles”.
Esta atitude de Jesus deixa clara a importância das crianças. O seu lugar é no Centro. No Centro da Família, no Centro da Escola, No Centro da Igreja. No Centro dos projetos prioritários dos governos. No Centro dos interesses maiores da Nação. Porque um Povo, uma Nação, Um País que não cuida das suas crianças, não terá nenhuma perspectiva quanto ao seu futuro. Cuidar, Amar, Ensinar, Educar e Alimentar, as suas crianças, que é uma das suas principais riquezas, faz de um povo, de um país, uma Grande Nação.

VIVENDO NA CONFIANÇA DE DEUS


Habacuque, profeta cujo ministério ocorreu por volta do século VII a.C. mostrava-se perturbado diante da situação de impiedade e indiferença para com a vida espiritual e moral do seu povo e com a aparente relutância de Deus em agir diante de tal situação. Sua oração nos revela toda a sua perplexidade e aflição: “Ó Senhor Deus, até quando pedirei ajuda e não me atenderás? Até quando gritarei: Violência, e tu não nos salvarás? Por que me fazes ver tanta maldade? Por que toleras a injustiça? Estou cercado de destruição e violência; há brigas e lutas por toda a parte. Por isso, ninguém obedece à lei, e a justiça nunca vence. Os maus levam vantagem sobre os bons, e a justiça é torcida” ( Habacuque 1.1-4 –BLH ). Diante da angústia do seu profeta Deus lhe responde: “O Senhor diz ao seu povo: olhem as nações em volta de vocês e fiquem admirados e assustados. Pois o que vou fazer agora é uma coisa em que vocês não acreditariam, mesmo que alguém contasse” ( Vs. 1.5 ). “Diante dessa “palavra do Senhor Habacuque diz a si mesmo:” Vou subir a minha torre de vigia e vou esperar com atenção o que Deus vai dizer e como vai responder à minha queixa” ( Habacuque 2.1-BLH ).
Não desejando tornar-me repetitivo, sou, no entanto, forçado a reiterar o que já tenho afirmado em outras oportunidades, que essa situação, aqui descrita pelo profeta, é a realidade que nos cerca hoje. É o retrato fiel do que vemos em nosso país, como no resto do mundo: “Destruição, violência, desrespeito às leis, injustiça, impunidade, a prevalência dos maus sobre os bons e justos.” Eu e você, que confiamos na Palavra de Deus, precisamos, não apenas estar atentos como, principalmente, cumprindo a nossa missão que é a mesma que o Senhor havia atribuido ao seu profeta, qual seja:
-Escrever a Mensagem recebida do Senhor, com clareza para que pudesse ser lida com facilidade e não deixar dúvidas ( Cap. 2.2-BLH );
-Reafirmar que há um tempo determinado pelo mesmo Senhor quando então ele irá agir, e que esse tempo certo vai chegar logo ( Cap. 2.3- BLH);
-Mostrar o que o próprio Deus afirma: “Os maus não terão segurança, mas as pessoas corretas viverão ( não meramente por serem corretas) mas por serem fiéis a Deus e confiarem nele” (Cap. 2.4);
- Enfatizar que o justo, ou seja, aquele que foi justificado mediante a fé em Cristo Jesus, goza paz e segurança, pois vive e se sustenta na confiança em Deus, o Senhor. (Cap. 2.4 e Romanos 5.1).
E Habacuque termina, não mais abalado e ansioso, mas declarando a sua firmeza de fé:-” O Senhor Deus é a minha força. Ele torna o meu andar firme como o de uma corça e me leva as montanhas onde estarei seguro”. ( Cap. 3.19 BLH ).

CONFISSÃO

Confesso, sem nenhuma reserva, que já fui taxado de “Velho, Louco e Radical,” e, por último, de “Simplista.” Comentei cada uma delas, sem nenhuma dificuldade ou neura e as registrei nos blogs: reflexojovem.wordpress, e no www. Rev.ramalho.blogspot.com. Agora estou me sentindo forçado, pela realidade que me envolve e no contexto eclesiástico em que vivo, a fazer uma “Confissão.” Eu estou me sentindo “Anacrônico.” Não no sentido de ser: “oposto à cronologia ou desatualizado,” conforme a definição do termo, porém triste e um tanto perplexo diante do que tenho assistido quanto ao comportamento humano, nos dias que vivemos.

Provavelmente, isso seja devido aos meus 80 anos de idade, 60 anos de casado, 57 anos de vida cristã e 51 de Ordenação Ministerial. O que equivale dizer que, eu sou de outra época, de outro tempo. Época na qual o casamento era a união de um homem com uma mulher. Em que os pais educavam os seus filhos e não os matavam, ou os abandonavam nas lixeiras, nas calçadas, nos banheiros dos hospitais ou os jogavam na rua através das janelas dos seus veículos, para serem atropelados e mortos. Época em que os filhos pediam a bênção dos pais e alguns beijavam a sua mão e os chamavam de senhor e senhora. Tempo em que a família se reunia em torno da mesa de jantar para um bate papo informal, mas muito proveitoso. Época em que as Igrejas Evangélicas pregavam ao povo mensagens de arrependimento, de renúncia, de porta estreita e caminho apertado, do poder do sangue de Cristo, de sua morte e ressurreição. Do tempo em que as lideranças das igrejas estavam interessadas na expansão do Reino de Deus e não apenas no crescimento do seu grupo e na influência pessoal dos seus líderes. Época em que o principal utensílio do mobiliário dos templos, era o Púlpito, a Tribuna Sagrada, e não a estridente bateria. Tempo em que, após o término dos cultos, o povo esperava o pastor ou o pregador, que usam paletó e gravata, chegar até à porta para cumprimentar os crentes e os visitantes. Época em que, Culto, era Culto de adoração, de louvor e de pregação da Palavra de Deus, e não Shows agitados e barulhentos. Tempo em que a identidade das igrejas, dos vários seguimentos denominacionais, era conhecida por suas doutrinas, sua estrutura de governo, forma de batismo e por sua liturgia. Época em que os pregadores falavam não das coisas que as pessoas queriam ouvir, porém daquilo que elas precisavam ouvir. Mostrando-lhes que: “a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.” (Lucas 12.15). Alertando-as que: “de nada aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma.” (Marcos 8.36). Tempo em que os crentes conheciam e se esforçavam para praticar os preceitos contidos em textos como: Salmo 1º vs. 1,2; Romanos 12. vs.1,2 e Efésios 5. vs.1 a13. Época em que o desejo, o empenho e o propósito dos crentes, tinham como objetivo agradar a Deus e não ao mundo. Tempo em que se sentiam confortados em observar a 9ª Bem-aventurança. (Mateus 5.11,12.)
É claro que entendo que tudo isso é resultado do fato do homem ter se afastado de Deus, na tentativa de viver a sua vida, não tendo nenhum comprometimento com o seu Criador e Senhor. Na vã e ilusória esperança de bastar-se a si mesmo, descartando Deus da sua existência. Como também sei e creio na palavra do Apóstolo Paulo, ao afirmar que: “Os homens maus, perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” ( 2 Timóteo 3.13). Tudo isso, sem dúvida, revela que eu sou de uma época e de uma espécie em extinção. Todavia, pela Graça de Deus, eu posso dizer como o apóstolo: “É por isso que sofro essas coisas. Mas eu ainda tenho muita confiança, pois sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar, até aquele dia, aquilo que ele me confiou.” ( 2 Timóteo 1.vs. 12 ).
A Ele toda Honra e Glória. Aleluia! Amém e Amém!