terça-feira, 26 de junho de 2012

RIO + 20 (2)

Volto hoje ao assunto da semana passada a fim de embasar a minha opinião sobre as questões abordadas no Encontro Rio + 20. Quero iniciar contando uma ilustração que considero bastante elucidativa quanto à minha maneira de entender qual é a verdadeira causa da situação atual do nosso planeta e de nossa sociedade. Um pai estava muito ocupado com o acervo de atividades em seu escritório, em sua casa, quando o seu filho, de cerca de cinco anos, veio brincar junto dele e, naturalmente, perturbá-lo em seu trabalho. Querendo ver-se livre do filho, lembrou-se de um “quebra cabeça” sobre o mapa mundi, com muitas e pequenas peças, que por acaso estava na gaveta de sua escrivaninha. Ele o pegou e o entregou ao seu filho, dizendo-lhe: “filho vá lá pra sala e monte esse quebra cabeça e só volte aqui quando ele estiver montado. Olhe! Não peça a ajuda de sua irmã e nem de sua mãe, viu! Quando o menino saiu o pai respirou aliviado e disse: “gora posso trabalhar em paz, pois ele vai demorar muito tempo para cumprir a sua tarefa.” Todavia, após alguns minutos, o filho entrou pulando no escritório e gritando: “Pai! “Terminei!” O pai então lhe perguntou: “Mas, já”? “Sim pai!” Respondeu-lhe o menino e explicou: “é pai, no outro lado do quebra cabeça havia a figura de um homem, e eu resolvi montar a figura do homem e aí, a figura do mapa mundi, apareceu montada.” Moral da história: Para se reconstruir o mundo temos que, primeiro, reconstruir o homem. A Bíblia, que é e que contém a Palavra de Deus, nos mostra essa verdade, por meio do apóstolo Paulo, quando adverte: “Lembre disto: nos últimos dias haverá tempos difíceis. Pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, antes amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo a aparência de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder.” 2 Timóteo 3. 1- 5. O que Paulo nos mostra é um “retrato de corpo inteiro” dos homens do nosso tempo. O apóstolo revela-nos nessa sua palavra profética, de forma nua e crua, o caráter e o comportamento dos homens nos nossos dias. E aí, eu pergunto: O homem com esse tipo de caráter e de comportamento vai ter interesse, ou vai se preocupar em preservar o planeta em que vive? Ele, que está degradado pelo pecado, vivendo distanciado de Deus, seu Criador, possuindo um baixíssimo nível físico, moral e espiritual, vai se importar com a melhora e a preservação do seu habitat? A resposta a essa pergunta está aí, diante dos nossos olhos. Estampada nos noticiários que vemos e lemos no nosso dia a dia. E eu volto a reiterar que a solução para todo esse estado de coisas, quer no plano físico, como moral e espiritual, está em Cristo e só nele. Ele é o único que pode transformar o homem e mudar essa desordem em que vive a sociedade humana hoje. Ele mesmo declara: “Sem mim vocês não podem fazer nada.” (João 15.5-BLH) Porque só na aceitação do Senhorio dele é que o homem pode tornar-se numa nova criatura, como nos diz Paulo: “Quem está unido com Cristo é uma nova pessoa; acabou-se o que era velho, e já chegou o que é novo.” 2 Coríntios 5.17-BLH) Só ele pode afirmar: “Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Apocalipse 21. 5)

quinta-feira, 21 de junho de 2012

RADICAL

Hoje desejo terminar a abordagem do tema: “Velho, Louco e Radical” e deixar de falar das minhas experiências pessoais antes que seja tachado de repetitivo, maçante, vaidoso ou chato. Meu propósito hoje é dar a razão porque o epíteto de “radical” que recebi juntamente com o de “louco e velho”, não me causou nenhuma reação negativa ou entristecedora. Na realidade eu me confesso, graças a Deus, que de fato sou radical. ( Adj. de 2 gêneros, que significa: “referente à raiz; fundamental; essencial”). Reconheço que sou radical porque entendo que Deus, no qual creio, a sua Palavra, nossa “única e infalível regra de fé e prática.” O Cristo a quem recebi como meu Senhor e Salvador, e que me chamou para o Ministério Pastoral e o Evangelho que professo desde o dia 06 de junho de 1954, são radicais. Com Deus, com sua Palavra, com Cristo e o seu Evangelho, não há meio termos. Todos eles tratam, abordam, ensinam e apontam para o que é realmente essencial e fundamental para a vida e na vida do ser humano ( 2 Tm 3.16). Para Deus, sua Palavra e o seu Evangelho, são: “Bênção ou maldição”(Dt 11.26) “Porta estreita ou porta larga.”(Mt 7.13)”Deus ou Mamom.”(Mt 6.24) “Deus ou o mundo.” ( 1 Jo 2.15) “Frio ou quente.” (Ap 3.15,16) “Sim, sim. Não, não.” ( Mt 5.37). Para Deus e sua Palavra o fundamental, o essencial, o imperioso, é a Pregação da sua Palavra. ( 2 Tm 4.2). Segundo o ensino de Jesus, o necessário é “nascer de novo”. “É ser nova criatura.” (Jo 3.3,5; 2 Co 5.17). É receber a “salvação da alma e não toda riqueza do mundo.” ( Mc 8.36). Para o Evangelho, “Jesus tira o pecado do homem e não o homem do pecado.” ( Jo 1.29) Isso porque Deus, Cristo e o Evangelho, tratam do mal pela raiz. (Gl 1.3,4) Para o Evangelho “o que importa não é saber ou conhecer o que Cristo fez, mas o que ele É.” (Mt 16.16; Jo 8.24; 20.30,31) Evangelho é algo novo. Não tem similar e nem genérico. Jesus não veio “para colocar remendo de pano novo em vestido velho e nem vinho novo em odres velhos”. Ele veio para transformar e não simplesmente reformar a natureza humana. É ele “que faz novas todas as coisas.” (Ap 21.5). Deus, diz Tiago, “resiste aos soberbos; dá, porém, graça aos humildes.” (Tg 4.6) E o escritor da carta aos Hebreus, adverte: “Horrível coisa é cair nas mãos do Deus vivo!” (Hb 10.31) O seu propósito para nós está registrado no livro de Miquéias: “O Senhor já nos mostrou o que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito, que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus.” (Mq 6.8-BLH) Por isso, sem presunção, orgulho ou qualquer outro mesquinho sentimento, eu aceito com toda naturalidade, a minha condição de “Louco, Velho e Radical.” Ab imo pectore. “Do fundo do meu coração”

RIO + 20

A cidade do Rio de Janeiro esteve no foco da Mídia nacional e internacional neste mês de junho. Tal fato deveu-se ao Encontro de chefes de Estado e de Governo de cerca de 200 países, que se reuniram com o objetivo de aprovar um projeto, ou programa sobre: “Desenvolvimento com Sustentabilidade.” A Mídia entrevistou representes dos países participantes. Ouviu a opinião do povo e deu destaque aos depoimentos de sociólogos, físicos e de outros especialistas no assunto. Ouvi várias opiniões. Algumas delas, desencontradas, sobre a situação porque passa o nosso planeta. Uns afirmando que o homem não interfere na curso da natureza e que essa situação se deve à própria natureza age em ciclos. Outros apontando a questão da poluição do ar, dos desmatamentos, das mudanças dos cursos dos rios e da construção de grandes reservatórios de água, etc. Os problemas estão aí, presentes e sem controle. Como não há efeito sem causa, então o desafio está posto: encontrar as causas ou a causa e tentar removê-la ou, pelo menos, minimizá-la. Como a questão envolve o habitat do homem, é natural que examinemos o comportamento dele, dentro do ambiente inteiro onde ele foi colocado para viver. Para tanto precisamos nos reportar às origens da terra e do homem. Isso implica em lançar mão, não simplesmente de hipóteses e teses, produzidas por homens sábios, pesquisadores, estudiosos e eruditos, porém cuja maioria desconhece, ou faz de conta que, a verdadeira causa do atual estado do planeta. Isso nos impõe a necessidade de examinar o documento de maior credibilidade existente no mundo, cujo conteúdo não é fruto das lucubrações filosóficas ou de pesquisas em moderníssimos laboratórios, mas da Inspiração Divina concedida a homens que foram escolhidos por Deus. (2 Tm 3.16) Esse documento, que tem ultrapassado os séculos, e sobrevivido aos ataques do ceticismo e mantido a sua autenticidade e atualidade, é a Bíblia, as Sagradas Escrituras, a Palavra de Deus. Nela está registrada a origem de toda essa situação aflitiva em que se encontra o planeta e os seus habitantes. Ela nos revela que o Universo, incluindo naturalmente, a terra, foi criado por Deus. Na Bíblia encontramos o registro da criação do homem. Criado e feito, à Imagem e semelhança do Seu Criador que lhe conferiu a responsabilidade de administrar o planeta do qual faz parte e no qual viveria. Encontramos o registro do teste a que o Criador o submeteu e no qual ele foi reprovado, embora tivesse plenas condições de ser aprovado, pois possuía os atributos de conhecimento, liberdade e vontade próprios e fora notificado pelo seu Criador das conseqüências de sua desobediência. Face à deliberada e livre decisão de desobedecer à Palavra do Senhor, foi separado do Seu Criador, perdendo assim a vida espiritual com a qual Deus o dotara e, como conseqüência, a terra foi amaldiçoada. A desobediência do homem quebrou a harmonia e alterou o equilíbrio do nosso planeta. Ele que foi capacitado e responsabilizado por administrar e gerenciar a terra como mordomo de Deus, passou a ser o principal predador do seu próprio habitat. Eu sugiro aos que se apóiam apenas na sabedoria humana, que desçam do seu pedestal e com humildade leiam em Gênesis: cap. 1.Vs.1, 26,27,28, 31; cap. 2. Vs. 15,16,17; cap. 3. Vs.1 ao 24. Aqui está a causa. A solução? Só e unicamente em Cristo, o segundo Adão, por meio do qual Deus faz do homem vitimado pelo pecado, uma nova criatura, ao reatar a sua comunhão com o seu Criador, com seu próximo e com a terra. Terra que será transformada quando então surgirão novos céus e nova terra nos quais habita a justiça. Ver 2 Coríntios cap. 5. Vs.17,18, 19; 2 Pedro cap. 3. vs. 1 a 13; Apocalipse cap. 21. Vs.1 a 7.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

VELHO

Meu comentário hoje é sobre o segundo adjetivo com que fui tachado: “Velho.” Na realidade quando escrevi essas notas eu já havia completado 77 anos, portanto, com base no que diz Moisés, (Sl 90.10) eu já estava no lucro. Ser velho, ou idoso, não é demérito. Pelo contrário, é algo meritório, pois o acúmulo dos anos nos torna mais experientes, mas calejados e, certamente mais sábios. Porque enquanto os jovens estão se dirigindo ao moinho com “o milho”, nós, os idosos, já estamos de volta com a “broa” pronta. “O importante nesse período chamado de “terceira idade” é ter a consciência que Davi nos revela, quando diz:” Fui moço, e já, agora, sou velho.”(Sl 37.10). Isso significa reconhecer com tranqüilidade, que o envelhecer faz parte do inexorável processo da existência humana. Chegar à velhice é bênção, é privilégio posto que, sendo a vida um dom, uma dádiva de Deus, o ser velho é estar usufruindo desse presente divino. Quem tem essa consciência vive a sua velhice sem traumas, sem frustrações e murmurações. O velho, sábio e experiente Salomão nos diz, que: “ A beleza dos jovens é a sua força, e a beleza dos velhos são os seus cabelos brancos.” (Pv 20.19) Cabelos brancos são marcas, são evidências do acúmulo dos anos vividos e eles,os cabelos brancos, nos dão mais do que beleza. Dão dignidade que deve motivar nos jovens o respeito e a admiração. O cristão idoso, via de regra, não é um imprestável. No Sl 92 “está registrado que:” Os justos, os que estão plantados na Casa do Senhor, florescerão nos átrios do Senhor e na velhice darão ainda muitos frutos. (Vs. 12,13,14). Ao reescrever esses comentários, agora nos meus 81 anos, reconheço e aceito com alegria o fato de ser idoso, velho, participante da terceira idade, tendo a certeza de que sou o que sou pela Graça e Misericórdia de Deus ao qual agradeço a cada manhã, por permitir que eu tenha chegado até aqui ainda envolvido com a Obra dele. Rev. Mauro Ramalho ( 13/06/12 )

LOUCO

Ao longo dos meus longos anos de ministério pastoral (fui ordenado em 25 de junho de 1960 ), tenho passado por muitas e interessantes experiências, dentre elas a de ter sido chamado de “louco”, “velho” e “radical”. Todavia, nenhum desses adjetivos, nenhum desses epítetos provocou qualquer reação negativa de minha parte ou produziu algum sentimento de tristeza,, inferioridade ou de abatimento espiritual. Quando fui qualificado de “maluco”, foi em decorrência de posicionamentos bíblicos e doutrinários que mantenho e defendo. Na verdade eu me senti até bem, posto que essa afirmação a meu respeito, em lugar de ser depreciativa, me foi gratificante e até elogiosa pois colocou-me e identificou-me como um seguidor de Cristo e do seu Evangelho. E me fez mais, tornou-me feliz, já que a afirmação de que sou “louco” coloca-me ao lado de tantos outros “loucos” todos ilustres figuras da História Bíblica, como: Abraão que enlouqueceu quando recebeu a ordem de Deus de deixar a sua terra, a sua parentela e a casa de seu pai, para ir a um terra que ele não sabia onde ficava e Abraão partiu se saber para onde ia. (Gn 12.1; Hb 11.8). Como Moisés, que quando já era da idade de 40 anos, abriu mão da condição de filho da filha de Faraó e achou muito melhor ser maltratado com o seu povo, a usufruir dos prazeres do pecado. (Hb 11.24,25) Como Eliseu que ao ser tocado pela capa de Elias, imolou a sua junta de bois e queimou o seu carro, instrumentos do seu trabalho dos quais tirava o seu sustento. ( 1 Rs 19.21) Lembrei-me de Zaqueu, o rico e conhecido chefe da Receita Federal da cidade de Jericó que, no afã de ver a Jesus correu rua a fora, subiu numa árvore, expondo-se ao ridículo e, após receber Jesus em sua casa resolveu dar metade de seus bens aos pobres e a restituir quatro vezes mais àqueles aos quais havia defraudado. ( Lc 19.1-8 ).Como Paulo, hebreu de hebreus. Segundo a Lei, irrepreensível. Preparado aos pés do Mestre Gamaliel para ser o seu substituto como líder do Judaísmo, no entanto, considerou tudo isso como “esterco” pela sublimidade de ter conhecido a Cristo( Fp 3.4-8). É esse mesmo Paulo que nos mostra que o Evangelho de Cristo é “loucura”( 1 Co 1.18-21). Para o mundo e seus conceitos e filosofia de vida, e suas ordens de valores, o ensino de Cristo e o conteúdo do seu Evangelho é loucura. Para Cristo, se alguém quer “achar” é preciso “perder” (Mt 12.39). Se alguém quer ser “exaltado” é necessário se “humilhar” ( Mt 23.12). Para “ver” é preciso “crer”(Jo 11.40). Que o mais importante é “dar” do que “receber” ( At 20.35). Que é pela “rendição” que alcançamos a “vitória”. ( 2 Co 2.14 ).Que se alguém te ferir na face direita, volta-lhe também a outra. ( Mt 6. 39). Aos olhos do homem comum tudo isso é pura loucura, logo, os que seguem a Cristo e professam o seu Evangelho são loucos. E eu fiquei louco no dia 06 de junho de 1954 e após todos esses anos eu tenho procurado glorificar ao meu Senhor, por minha loucura. Leia 1 Co 1.26,29 e você compreenderá tudo isso. Rev. Mauro Ramalho (Reescrito em 13/06/12)

terça-feira, 5 de junho de 2012

MÉTODOS E FINS

Desejo retornar ao comentário que fiz sobre as atuais relações das igrejas com o mundo e suas práticas. Comportamento que alguns aplaudem como sendo um imperativo dos “novos tempos”, uma conquista e um fator positivo na divulgação do Evangelho. Há um antigo ditado que diz: “Pra quem sabe ler, um pingo é letra.” E Jesus, no “seu Sermão Profético, recomenda: “Quem lê, entenda.” (Mt.24. 15). Paulo estava realizando a sua terceira viagem missionária quando teve a visão na qual um cidadão macedônio lhe fazia um apelo: “Passa à Macedônia, e ajuda-nos.” ( At 16.9). Ele, que tentava ir para Bítinia ( Vs.7) acaba seguindo até Filipos, importante cidade da Macedônia fundada por Felipe II, pai de Alexandre, o Grande, no ano de 358 a.C. A primeira cidade da Europa a receber a Mensagem do Evangelho. ( At 16.12). Nesta cidade houve a conversão de Lídia e de sua família plantando assim a semente do Evangelho no Continente Europeu. Alguns episódios interessantes ocorreram com Paulo e Silas nesta cidade. Um deles foi devido à cura da jovem adivinhadora ( Vs. 16-18) o que lhes custou uma ordem de prisão. O fato merece ser analisado: Paulo e Silas se dirigiam para um local onde se realizava uma reunião de oração, quando saiu ao encontro deles uma jovem que, seguindo-os clamava, dizendo: “Estes homens são servos do Deus Altíssimo, e vos anunciam o caminho da salvação.” (Vs.17). Isso se repetiu por muitos dias (Vs.18). Até que Paulo, indignado, expulsou o espírito maligno que a possuía (Vs.18). Os senhores daquela jovem, que se utilizavam de sua atividade para auferirem lucro, denunciaram Paulo e Silas às autoridades e eles foram presos (Vs. 19-24). Porque será que Paulo agiu dessa forma? O que a jovem anunciava não era verdade? Paulo e Silas não eram, de fato, servos do Deus Altíssimo e como tais não anunciavam ao povo o caminho da salvação? Por que não receber essa ajuda, esse apoio, essa colaboração de uma pessoa e dos senhores dessa pessoa, que eram conhecidos na cidade e naturalmente tinham influência? Não seria isso benéfico para a divulgação do Evangelho? Jesus estava prestes a terminar o seu Ministério terreno, quando reuniu os seus discípulos para lhes dar uma lição de humildade e disponibilidade em servir. O episódio ficou conhecido como “a cerimônia do lava pés” e está registrada em João 13. Era por ocasião da Páscoa. Jesus tirou as suas vestes de cima, tomou uma toalha e cingiu-se com ela e pondo água numa bacia lavou os pés dos seus discípulos. Quando chegou a vez de Pedro, este declarou: “Senhor, tu me lavas os pés a mim”? ( Vs.6) Ao que Jesus respondeu: “Se eu não te lavar não tens parte comigo.” (Vs.8). João, o apóstolo, declara: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está debaixo do poder do Maligno.” (1 de João 5.19). Paulo, profundo conhecedor da Teologia, sabia disso. É pena que muitos em nossos arraias evangélicos se esquecessem ou não sabem que não pode haver “sociedade e nem comunhão entre luz e trevas” ( Ver 2 Co 6.14). Para o Evangelho os fins nunca justificam os meios. Afinal “pra quem sabe ler, um pingo é letra.”

SUCESSO ANTES DOS 30

Uma de nossas emissoras de TV numa das semanas de junho último mostro em um dos seus Telejornais uma série de reportagens com o título: Sucesso antes dos 30. Vários empresários bem sucedidos e jovens foram mostrados e entrevistados. Um detalhe chamou a minha atenção, a forma de como a palavra vinha grafada: “SUCE$$O.” Esse detalhe fez me lembrar do que o Senhor nos diz por meio do profeta Jereimas no cap. 9. vs. 23 e 24, de sua profecia: “O sábio não deve se orgulhar da sua sabedoria, nem o forte, da sua força, nem o rico, da sua riqueza. Se alguém quiser se orgulhar, que se orgulhe de me conhecer e de me entender, porque eu, o Senhor, sou Deus de amor e faço o que é justo e direito no mundo. Estas são as coisas que me agradam. Eu, o Senhor, estou falando.” Entendo que Deus não está condenando a sabedoria, a força e nem as riquezas. O que ele nos adverte através do seu porta-voz, Jeremias, é que essas coisas: Sabedoria, poder, dinheiro não devem ser motivo de orgulho, de glória e exaltação. Essas coisas são importantes e fazem parte da vida humana, porém não devem ser os nossos principais alvos, ideais ou metas, ou os únicos objetivos de nossas vidas. Isso porque essas coisas passam, são transitórias, são efêmeras e até mesmo incapazes de proporcionar felicidade, alegria, satisfação plena e paz de espírito. Você certamente conhece, e pode até ter exemplos em sua própria família, de pessoas, homens e mulheres, que alcançaram uma dessas coisas ou todas elas, porém não foram felizes, não tiveram suas vidas plenamente realizadas. Porque será que sabedoria. Poder e dinheiro não são garantia de vidas realizadas e plenamente felizes? A resposta é que o homem para ser de fato feliz, precisa de conhecer e entender ao Senhor, seu Deus e seu Criador. É isso que Jeremias, que foi um profeta sofredor, porém viveu uma vida vitoriosa, nos declara. Para que tenhamos uma vida de paz, de tranqüilidade, de segurança e realmente feliz, é necessário saber e entender que ele, o Senhor, é o Deus de amor. Ele faz o que é justo e direito e é dessas coisas que ele se agrada e é dessas coisas que o homem, a quem ele ama, deve ter prazer e se gloriar. Porque são essas coisas, ou seja: Amor, Justiça e Honestidade, os valores dos quais Deus se agrada, pois afinal, poder, dinheiro, fama e popularidade não produzem,como temos testemunhado, real e total felicidade.

DÍZIMOS & JESUS

Minha Palavra nesta semana é dirigida mais diretamente para os meus irmãos cristãos evangélicos. Desejo compartilhar com os meus queridos irmãos e possíveis leitores semanais dessa minha coluna, sobre certa declaração que tive a oportunidade de ouvir, em uma Emissora de Rádio da cidade do Rio de Janeiro, quando um líder de uma grande Denominação Cristã, declarou que: “O Dízimo é igual a Jesus.” E eu que conheço e estudo a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, “Nossa Única e Infalível Regra de Fé e Prática,” e confesso não ter encontrado nenhum texto ou alguma inferência bíblica que justifique essa interpretação. E olha que eu tenho mais de 57 anos como estudante, professor e pregador da Palavra de Deus. O que posso afirmar, baseado em textos bíblicos, é que Jesus não é10%. Ele é 100% Divino, como afirma Paulo: “Cuidado que ninguém vos venha enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo: porquanto nele habita corporalmente toda a plenitude da Divindade.” Colossenses 2.8,9. Ele é 100% Mestre e Senhor, como ele próprio declara: “Vocês me chamam de “Mestre” e de “Senhor” e tem razão, pois eu sou mesmo.” João 13.13-BLH. Ele é 100% o único que pode dizer: ”Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida e ninguém vem ao Pai senão por mim.” João 14.6. Ele é detentor de 100% de autoridade e poder. “Jesus aproximando-se deles, falou-lhes dizendo: Toda a autoridade me foi dada no Céu e na Terra.” Mateus 28.18. Ele 100% o único Salvador, com fala Pedro: “E não há salvação e nenhum outro: porque abaixo do céu não existe nenhum outro nome dado entre os homens, pelo qual importa que sejamos salvos.” Jesus é 100% o único mediador entre Deus e os homens. “Porquanto há um só Deus e um só Mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo, homem” 1 Timóteo 2.5. O Dízimo, que significa 10%, foi a forma de contribuição que o Senhor estabeleceu para o Povo de Israel, como encontramos no terceiro Livro do Pentateuco, Levíticos 27. “Também de todas as dízimas da terra, tanto do grão do campo, como dos frutos das árvores, são do Senhor... o dízimo será santo ao Senhor.” Vs. 30,3l,32. Essa prática está presente no doutrinamento de Cristo para a sua Igreja, ou seja, ele está presente na Nova Aliança como podemos ver quando Jesus, falando com os escribas e fariseus, que davam o dízimo até das pequenas hortaliças, mas se esqueciam da justiça e da misericórdia, exorta-os a continuar dando o dízimo, porém cuidando em serem justos e misericordiosos. Mateus 23.23. Paulo também nos mostra que as igreja usavam essa prática ao recomendar aos irmãos da igreja de Corinto: “No primeiro dia da semana cada um de vós ponha de parte, em casa, conforme a sua prosperidade, e vá ajuntando, para que se não façam coletas quando eu for.” A expressão: “Conforme a sua prosperidade” nos mostra que ele estava falando de Dízimo já que nessa forma de contribuição o que vale não a quantia, se é grande ou pequena, mas que seja 10% do recebemos. Todavia, amados meus, comparar Jesus ao Dízimo ou dizer que o Dízimo é uma figura ou símbolo de Cristo, não encontra nenhum respaldo bíblico. Jesus Cristo é sim, 100% da Dádiva do Amor, da Graça e da Misericórdia de Deus que enviou o Seu filho Unigênito ao mundo para salvar os pecadores. Lucas 19.10; João 3.16; Romanos 5.8; Efésios 2.4,5,8.

sexta-feira, 1 de junho de 2012

JOVENS

“Como pode um jovem guardar pura a sua vida? Observando-a conforme a tua Palavra.” Salmo 119.9. A questão que o autor deste salmo levanta é, deveras, muito importante e bem apropriada para os jovens nos dias atuais. Isso se justifica tendo em vista que os jovens são hoje uma clientela muito disputada pelos movimentos político-ideológicos, pelas novas correntes filosóficas, pelos fundadores de novas seitas e religiões, pelos traficantes de drogas e pelo crime organizado que rondam as famílias, as escolas bem como os grupos de amizade e recreação. Em meio a esse assédio e chamamentos, nossos jovens se encontram atordoados e perdidos diante de tantos, apelos e tantas propostas que geram em suas mentes dúvidas, questionamentos, expectativas, desencontros, conflitos, frustrações, insegurança, angústias e medos. Diante dessa incontestável realidade que o cerca, o jovem se pergunta: como vou agir? O que preciso fazer para passar incólume em meio a todos esses apelos e manter uma vida íntegra, nesse mar de contaminação? Que soluções buscar? Qual é o antídoto para todos esses mortais venenos? O dinheiro? A educação? A fama? O esporte? A arte, a religião? É possível que ele encontre nessas coisas alguma ajuda algum paliativo, porém não a solução. Essa só é possível por meio da “observação fiel da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada”, nosso Manual de Vida, como nos diz o apóstolo Paulo: “Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver” ( 2 Timóteo 3.16). Na observância da Palavra de Deus vamos ser inteirados que a solução está condicionada a três atitudes: 1ª Colocar Deus em primeiro lugar. Tendo-o como nossa prioridade número um. Colocando-o antes acima de qualquer outra coisa; 2ª Centralizar a nossa vida na Palavra dele, pois e ela “que nos ensina a maneira certa de viver”, como já vimos acima. Palavra que é: “Lâmpada para guiar os nossos passos e luz para iluminar o nosso caminho.” (Salmo 119.105-BLH). Porque ela, a Palavra de Deus é “viva e poderosa.” (Hebreus 4.12-BLH). 3ª É necessário reconhecer e aceitar o Senhorio incondicional de Cristo. É muito próprio dos jovens terem os seus “ídolos” e nossa sociedade está repleta de “ídolos.” Nos esportes, na música, nas artes cênicas. Porém, nossos jovens, e cada um de nós, não precisam de “ídolos”. Todos nós, jovens e adultos, precisamos mesmo é de Jesus, pois “Ele é o caminho, a verdade e a vida.” (João 14.6), e sem Ele: “nada podemos fazer.” (João 15.7.) E nele e com ele, “somos mais que vencedores.” ( Romanos 8. 37.)

AMOR.ESSÊNCIA DE DEUS

“Vede que grande amor nos tem concedido o Pai.” (1 João 3.1 ) O dia 12 deste mês é o “Dia dos Namorados.” No meu tempo de jovem, o namoro era o segundo estágio no processo da busca daquela, com quem compartilharíamos a nossa vida. Primeiro era o chamado “flerte” que passou a ser chamado de “paquera”. Esse era o período de troca de olhares e gestos que revelavam o desejo de aproximação. Quando havia correspondência, era iniciado segundo estágio: o Namoro. Nessa fase ocorria a aproximação: mãos dadas, sessões de cinema à tarde, encontros na praça da cidade, alguns beijos. Era o início do processo de conhecimento mútuo. A terceira era o Noivado que ocorria quando no namoro a aproximação e o conhecimento geravam afinidade, empatia e amor. O jovem falava com o pai da jovem e pedia-lhe a mão da filha em casamento. A partir daí os encontros eram mais constantes e agora na casa da noiva. Esse era o período para acertar os detalhes que deveriam ser observados quando eles se tornassem marido e mulher. Temas como: o enxoval, a casa, o mobiliário, a questão do número de filhos; o problema do trabalho da mulher fora de casa; a possibilidade de ela continuar ou voltar a estudar, etc. Eram discutidos e acertados. Isso, no entanto, era no meu tempo. Tenho 81 anos de idade e já completados 61 anos de casado. Hoje a coisa é bem diferente. Agora o negócio é “ficar.” É disputar quem, nas “baladas ou nos embalos dos sábados à noite” beija mais ou é mais beijada. Virgindade? “Bem isso é como escreveu o “irmão da estrada” no pára-choque da sua carreta: “Virgindade dá câncer vacine-se! ” Casamento? Isso é brega, está fora de moda, já era. O negócio hoje é ajuntar-se e, preferencialmente em domicílios separados. Isso porque, dizem: “é o convívio que deteriora o casamento.” E essa é mais uma, entre as muitas, incongruências de nossa época. Casamento sem convívio contradiz a própria etimologia da palavra cuja raiz é “casa” e cujo sentido principal é “união.” E união entre um homem e uma mulher. Como estabeleceu O Senhor Deus: “Por isso deixa o homem pai e mãe e se une à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne.” (Gênesis 2.24). Agora quero reportar-me ao texto bíblico que abre esse comentário. João chama a nossa atenção para o Amor de Deus. Amor que é visível e grande. Amor que é a própria essência mesma de Deus, pois ele não apenas tem amor, ele É Amor. (1 João 4.16). E Paulo ressalta a sua excelência e a atitude que devemos ter em relação a este sentimento: “Acima de tudo isto, porém, esteja o amor que é vínculo da perfeição.” (Colossenses 3.14) Vínculo é “tudo o que ata, liga, une, aperta. Vínculo é liame que amarra que prende.” Foi o amor que moveu o coração de Deus ao enviar-nos o Seu Unigênito Filho a fim de nos salvar. (João 3.16). Amor que pode ser visto, como declara João, pois foi materializado no Sacrifício de Jesus Cristo. Amor sobre o qual não pode haver dúvida, pois Paulo diz: “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco, pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.” (Romanos 5.8). É esse sentimento, é essa virtude que, face ao aumento do pecado que distancia o homem de Deus, tem se tornando ausente nas relações humanas. (Mateus 24.12) É essa inconteste realidade que, sem dúvida, gera a situação caótica que vemos hoje nas uniões conjugais, nos lares, na sociedade e nas nações em todo o mundo

O HOMEM E DEUS

“Que é o homem, para que tanto o estimes, e ponhas nele o teu cuidado?” Jó 7.17 A indagação que Jó dirige a Deus tem sido repetida através dos séculos e para a qual são apresentadas algumas respostas, das quais, duas são as mais discutidas: O Evolucionismo e o Criacionismo. A primeira se baseia na “doutrina, defendida por Hebert Spencer, filósofo e pedagogo inglês (1820-1903) segundo a qual a evolução seria a lei universal dos seres no mundo material, no mundo biológico e no mundo espiritual.” Considerando essa doutrina e mais o conceito biológico de Darwin, segundo o qual “o fator principal da evolução das espécies é a seleção natural resultante da concorrência vital” sendo o homem o produto final desse processo “da passagem das formas mais simples para as mais complexas”, ou seja, “a mutabilidade das espécies.” Já o Criacionismo tem por fundamentação a Teologia Bíblica, que é a “Ciência que trata das relações de Deus com o homem e com o Universo.” Para a Bíblia Deus é o Criador de todas as coisas, incluindo o homem, ao qual criou à sua Imagem e Semelhança e lhe concedeu, além da vida biológica, a vida espiritual, a fim de que ele pudesse manter comunhão com o seu Criador. ( Gênesis 1.1-2.1-3; Salmo 19.1; 148.1-5; Isaias 40.26, 28; 45.7,9; Jeremias 10.16; Malaquias 2.10; Marcos 13.19; Efésios 1. 3-12; 2.10; 3.9; Colossenses 1.3-16; Hebreus 11.3; Apocalipse 4.11; 10.6.) O homem foi criado por um ato direto do Deus Trino: Pai, Filho e Espírito Santos (Gênesis 1.26). O registro bíblico mostra o uso de dois verbos, da língua hebraica, na qual foi escrito o Antigo Testamento, relacionados ao ato criativo do homem: “Criar”, que significa trazer à existência algo inusitado e sem o uso de algo pré-existente. O verbo “fazer” que tem o sentido de criar, porém a partir de algo já existente. O homem foi criado. (Gênesis 1.27) e foi feito. Feito do pó da terra (Gênesis 1.26 e 2.7). O corpo humano é um organismo e uma organização, uma “máquina” se podemos assim chamá-lo, perfeita. Os estudantes de medicina, que não estão inoculados com o “vírus do ceticismo”, ficam maravilhados quando estudam a anatomia do corpo humano. O cérebro é um maravilhoso e singular computador. A inteligência, atributo do homem, tem provado ser algo extraordinário, cujas realizações têm assombrado o mundo. Agora, pense um pouquinho. Use esse singular poder com que fomos dotados por Deus, e diga-me: Teria tudo isso surgido por meio de um processo aleatório, natural e cego? O que é mais racional, crer e aceitar que antes e atrás de todo esse Universo grandioso e extremamente organizado e mantido por leis imutáveis, bem como esse ser maravilhoso chamado homem, tenham surgido como resultado de uma grande explosão e de um processo evolutivo, não pessoal e inteligente. Ou crer, aceitar e entender que antes e atrás de tudo isso há um Ser superior, Pessoal, Sábio e Poderoso. Uma Entidade Suprema chamada Deus? Mais um detalhe pra você pensar: Porque será que todos os povos, todas as civilizações e todas as culturas, desde as mais desenvolvidas às mais rudes, todas elas sempre praticaram algum tipo de crença e adoração de seres ou objetos aos quais atribuíam poder de vida e morte e lhes prestavam culto? Não seria isso uma evidência concreta resultante da origem do ser humano que foi criado por Deus para viver e andar com ele e adorá-lo? Veja o que diz o profeta: “O Senhor já nos mostrou que é bom, ele já disse o que exige de nós. O que ele quer é que façamos o que é direito que amemos uns aos outros com dedicação e que vivamos em humilde obediência ao nosso Deus.” (Miquéias 6.8-BLH)

comentando

A ORDENAÇÃO DE MULHERES Tenho sido instado por alguns irmãos, membros de igrejas de algumas de nossas denominações evangélicas, como por alguns colegas de ministério, a dizer o que penso sobre a questão da Ordenação de Mulheres. Já ouvi. Já li. Já participei de conversas sobre o referido tema, nas quais havia os que defendem a tese da ordenação alegando, o que é de fato uma inquestionável verdade, ou seja, o valor e a inconteste contribuição que as mulheres têm dado para o trabalho de nossas igrejas. É inegável que a grande maioria das mulheres cristãs de nossas igrejas evangélicas, encara a vida espiritual e o trabalho de suas igrejas de forma responsável e com muita dedicação e empenho. O que não é um fato novo, pois encontramos essa mesma realidade quer no Antigo como no Novo Testamento, onde vemos muitas e notáveis mulheres que se destacaram, tanto na História de Israel como no Ministério de Cristo e na Obra da Igreja. Como exemplo podemos citar: Débora, Ana, Rute, Ester, Maria Madalena, Joana, Suzana e muitas outras anônimas, que seguiram e serviram a Jesus com os seus bens. (Lucas 8.l-3). Como também Dorcas, Priscila, Febe, Júnias, as irmãs Trifena e Trifosa, Júlia e Olimpas. Isto para mencionar apenas algumas delas. Creio que posso dar o meu testemunho pessoal de mais de 52 anos de Ministério, nos quais pastoriei dez igrejas, preguei e conheci dezenas delas, das várias Denominações Evangélicas. Em todas elas as Sociedades ou Departamentos Internos que sempre se destacaram, era o seguimento feminino. E isso não apenas nas igrejas locais, como também, nas Federações, Confederações nas atividades missionárias e sociais etc. Ai de nós, pastores, se não fossem as irmãs sempre disponíveis, dedicadas e fidelíssimas no trabalho de suas igrejas. No entanto, em 58 anos de vida cristã, dos quais 56 gastos no estudo, no ensino e na pregação da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, nossa única e infalível regra de fé e prática, confesso que não encontrei nenhuma base, nenhum fundamento bíblico que pudesse sustentar a ordenação de mulheres. Tenho ouvido alguns “argumentos” tais como: “Hoje vivemos uma outra época!” “A cultura hoje é outra!” E algumas mais radicais, como: “A Bíblia é machista!” “As mulheres hoje ocupam vários cargos de posição na sociedade!” “As igrejas precisam entender essa nova realidade!” Todos nós reconhecemos que a mulher desfruta hoje de um outro status social. Uma conquista devida, sem dúvida, ao Cristianismo. Quando lemos em Gênesis 2.18-25, vemos que a mulher foi tirada do lado do homem para ser sua igual e idônea, ou seja, “apta, competente.” Lembro-me que por muito tempo as mulheres se sentiam lisonjeadas quando ouviam a declaração: “Atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher!” O correto é o que está na Bíblia, no texto já citado, que deixa claro que a mulher não deve estar atrás e nem na frente do homem, mas ao lado dele. Tudo isso é verdade, é importante e até um tanto poético, porém falta o básico, o essencial, ou seja, a referência bíblica, o fundamento teológico. Não há pelo que entendo e conheço da Bíblia, nenhum texto que justifique a ordenação de mulheres. A única referência, assim mesmo muito discutida, é a de 1 Timóteo 3.11, quando trata do Diaconato e não sobre o Presbiterato. Os apóstolos Paulo e Pedro, nos mostram que na medida em que novas igrejas iam sendo organizadas, presbíteros eram ordenados para as funções pastorais, como vemos na recomendação de Paulo a Tito: “Por esta causa te deixei em Creta para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher.” (Tito 1.5,6). Pedro nos mostra mais. Em sua 1ª Carta ele revela que os próprios apóstolos, com o passar do tempo e em face do crescimento da Igreja e da morte de alguns dos 12, que foram designados por Jesus, (Marcos 4.13,14), os que ainda restaram iam se transmutando em Presbíteros, como ele mesmo diz: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo ( expressão que autentica a sua condição de apóstolo), pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós.”(1 Pedro 5.1-4). E ainda Paulo, quando se encontrava na cidade de Mileto, prestes a iniciar sua viagem para Jerusalém, mandou um portador a Éfeso a fim de chamar os presbíteros das igrejas e depois de relatar-lhes suas experiências e a sua firme disposição de ir para Jerusalém, recomenda-lhes: “Cuidem de vocês mesmos e de todo rebanho que o Espírito Santo entregou aos seus cuidados, como pastores da Igreja de Deus, que ele comprou por meio do sangue do seu próprio Filho.” (Atos 20-BL). Falando a Timóteo, seu filho na fé e ao qual preparava para o ministério, Paulo lhe recomenda: “Não se descuide do dom que você tem que Deus lhe deu quando os profetas da Igreja falaram e o grupo de presbíteros pôs as mãos sobre sua cabeça para dedicá-lo ao serviço do Senhor.”(1 Timóteo 4.14-BLH) É bom deixar claro que no Novo Testamento só há dois ofícios o do Presbiterato e o do Diaconato. Os presbíteros cuidam das coisas espirituais e os diáconos das materiais (Atos 6. 1-6) Pastor, bispo, evangelista e missionário são funções, serviços ou ministérios. Pastor é alguém que recebeu um chamado (vocação) especial e se preparou no estudo das Escrituras e foi ordenado presbítero, com a imposição das mãos dos demais presbíteros. Bispo é um presbítero, (com as características já mencionadas acima) que superintende outras igrejas e seus pastores. Reitero que até hoje não encontrei nenhuma referência ou inferência bíblica que justifique a ordenação de mulheres para o presbiterato. Em sendo assim e tendo em vista a declaração de Paulo “que não podemos ultrapassar o que está escrito” (1Co.4.6), não vejo como considerar bíblica essa prática por parte de nossas igrejas. Esta é, pois a minha opinião e conseqüente posição.