quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

É TEMPO DE VOLTAR PRA CASA



Lucas registra no cap. 15 do seu Evangelho, uma das parábolas contadas por Jesus que, sem dúvida é a mais conhecida e emocionante de tantas quantas foram contadas pelo Senhor Jesus. Trata-se de um jovem que mesmo vivendo numa confortável casa, em companhia do seu pai e de um irmão mais velho onde, pela análise do referido texto, percebemos que não lhe faltava absolutamente nada. Todavia, ele não se sentia realizado, satisfeito e feliz. Seu coração alimentava o desejo de conhecer outras terras, novas pessoas, fazer novos amigos e vivenciar novas experiências. Movido por esses anseios do coração, pediu ao pai a sua parte da herança que lhe cabia. E o pai, mesmo ainda vive, e certamente pesaroso, repartiu os haveres aos quais ele tinha direito. Após alguns dias o jovem reunindo tudo quanto tinha partiu, na busca de uma nova terra e de novas aventuras, descobertas e experiências. Realmente encontrou o que procurava: novos amigos, novos prazeres. Realmente algo muito diferente daquilo que até agora ele havia conhecido e experimentado. Porém, o inesperado aconteceu. Após haver gasto tudo possuía numa vida dissoluta e devassa, ocorreu uma grande fome na terra onde ele se encontrava. Agora, sem dinheiro, sem os “amigos” que o dinheiro faz, começou a passar fome. Tornou-se um “morador de rua.” As portas antes abertas, agora estavam fechadas. Pede, súplica, mas ninguém lhe dá nada. Finalmente consegue um emprego: apascentar porcos, e faminto, deseja comer do alimento que dava aos suínos, porém até isso lhe era negado. E aí, no silêncio da escura e fria noite, tendo como fundo o roncar dos porcos e o odor dos chiqueiros ele, que já havia caído tanto, agora tem a oportunidade de “cair em si mesmo” e de fazer um balanço de sua vida e ao fazê-lo, resolve voltar para a Casa do Pai, disposto a abrir mão da condição de filho e ser recebido apenas como um empregado diarista. Preparou um discurso para transmitir ao seu pai e assim resolvido, levantando-se rumou em direção à casa paterna. Seu pai, que a cada manhã, à tarde e à noite olhava até a curva da estrada, viu quando o seu filho aparecia, lá ao longe, e saiu ao seu encontro o abraçou e o beijou. E quando o filho começou a falar aquilo que havia preparado, foi interrompido pela ordem dada aos criados que lhe fossem dadas as melhores roupas, sandálias para os pés e um anel para o seu dedo.
        Essa é não uma história qualquer. Ela é a história do homem, aqui representado na figura deste jovem. Do homem que, criado à Imagem e Semelhança de Deus, para viver com Ele adorando-O e servindo-O, numa vida realizada e feliz resolveu, por um ato de desobediência, viver a sua própria vida, curtindo os prazeres mundanos e carnais e assim, virando as costas para o seu Criador e, por  conseqüência, perdendo a sua vida espiritual, restando-lhe apenas uma existência de trabalho, suor e lágrimas. Mas “Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo seu muito amor com que nos amou, estando nós mortos em nossos delitos e pecados, enviou-nos o Seu Filho Unigênito, Jesus Cristo, a fim de levar-nos de volta para Ele. (Efésios 2.Vs. 4,5 e João 3.16,17).
       Meu caro leitor, hoje é tempo de voltar para Casa do Pai. O Caminho e a Porta permanecem abertos e estão à sua espera. (Veja João 14. Vs. 6 e 10.Vs.9.) Na  Casa do Pai há uma nova roupagem, a da justiça de Deus, e novos calçados para os pés, o Evangelho da Graça, e anel para o seu dedo que o identifica como fazendo parte da Família  de Deus.   (Ver Efésios 3.Vs. 19;  6. Vs. 13-17)

terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

PARA PENSAR



“PARA PENSAR”

            Todos nós, cristãos evangélicos, que cremos que a Bíblia é a Palavra de Deus e a estudamos e conhecemos o seu ensino, concordamos que uma das Palavras Chaves da Vida Cristã, é: PARTICIPAÇÃO. Nossa própria salvação ocorre quando, pela fé, nos tornamos participantes da vida de Cristo Jesus. Ver Hebreus 3. Vs. 14; 2 Pedro 1.Vs. 4. Cristão é aquele que tem parte com Cristo, que está em Cristo e é, por essa razão, uma nova criatura. Ver João 13.Vs. 8; 2; Romanos 1. Vs. 5 e Coríntios 5. Vs. 17.
            Quem é participante de Cristo torna-se membro do Seu Corpo que é a Igreja. Ver Colossenses 1. Vs. 24. Em uma igreja local, que é parte da Igreja de Jesus Cristo, a PARTICIPAÇÃO, o envolvimento de todos os seus membros é de fundamental importância para o seus crescimento espiritual e numérico. Ver Atos
2. Vs. 42 - 47. No corpo humano todos os membros e órgãos atuam de forma conjunta e coordenada, e o resultado é o fortalecimento de todo o corpo. Assim é na igreja onde, como membros do Corpo de Cristo e membros uns dos outros, precisam agir. Ver 1 Coríntios 11. Vs. 25 – 27.

MÚSICA, BALSAMO DA ALMA



             Música é arte. Arte que se nomeia entre as primeiras da história e criação humanas.  Em Gênesis 4.Vs. 20, 21 está registrado que “Ada, esposa de Lameque, deu à luz a Jabal: este foi pai dos que habitam em tendas e possuem gado. O nome do seu irmão era Jabal: este foi o pai de todos os que tocam harpa e flauta.” Música é harmonia, melodia e rítimo. É som que embala a alma e encanta o coração. A música está presente em todo o Universo. Há música nos astros e nas estrelas (Jó 38. Vs.6). Há música no vento; nas ondas do mar quebrando na praia; na água que jorra nas cachoeiras ou quando escoa serena pelos rios e riachos. Há música no caudal dos grandes rios; no nascer do sol; no cair da tarde; nas sombras da noite; nos pingos da chuva no telhado e nos fortes trovões. Há música no canto dos pássaros e no sorriso das crianças.
            As Escrituras Sagradas, nosso referencial de fé e prática, é um Grande Hinário. Nelas, entre outros, temos, o: Cântico de Moisés ( Êxodo 15.); de Débora  (Juizes 5), o cântico de Davi (2 Samuel 22); o Magnificat de Maria (Lucas 1.Vs. 40-55), de Zacarias (Lucas 1. Vs. 67-76); o cânticos do anjos (Lucas 2.Vs. 13,14) Nelas, as Escrituras, temos: o cântico novo (Salmo 96.Vs. 1); o cânticos “dos que esperam confiantemente no Senhor.” (Salmo 40. Vs. 1-3). Os cânticos de Sião vararam fronteiras (Salmo 137. Vs.3). Quando Ciro, fundador do Império Persa assinou o decreto que autorizava o regresso do Povo de Israel, do cativeiro babilônico, para a  sua terra (2 Crônicas 36.22,23), o poeta sacro escreveu: “ Quando o Senhor Deus nos trouxe de volta para Jerusalém, parecia que estávamos sonhando. Como rimos e cantamos de alegria.” (Salmo 126.). Na reforma do Templo e na reorganização do Culto, nos dias de Neemias, dentre as medidas tomadas foi a de organizar dois Coros para entoarem os cânticos do Senhor. (Neemias 12.Vs.24). O apóstolo Paulo escrevendo aos crentes da Igreja de Éfeso, recomendava: “Falando entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos espirituais.” (Efésios 5. Vs.19).
             Há um adágio que diz: “Quem canta, seus males espanta!” Nós, porém, dizemos: “Quem canta ao Senhor, seus males, sustos e medos, espanta!” O profeta Isaias declara: “Os resgatados do Senhor voltarão e virão a Sião com cânticos de júbilo; alegria eterna coroara a sua cabeça; gozo e alegria alcançarão, e deles fugirá a tristeza e o gemido.” (Isaias 35. Vs. 10). E Neemias completa dizendo: “(...) porque a alegria do Senhor é a nossa força.” Cap. 8.Vs. 1

PRECONCEITO X CONCEITO




                             “Porque para com Deus não há acepção de pessoas.”
                               Romanos 2.Vs.11.
            Fui inquirido, ao ministrar numa classe de Escola Bíblica Dominical, sobre algumas questões que envolvem preconceitos, discriminações, etc. Como me parece ser um tema, um assunto atual, desejo colocar aqui, nesta minha Palavra Pastoral , meu entendimento e posição sobre essa questão: “Preconceitos X Conceitos.” Começo com as respectivas definições: Preconceito (s.m.) “Conceito antecipado; opinião formada sem reflexão.” Conceito: (s.m.) “Idéia, objeto concebido pelo espírito; opinião.”
            Tomando por base sua definição, considero o preconceito como uma atitude que deve ser evitada, por constituir-se numa opinião não pensada, numa idéia não refletida. Já o conceito é fruto de uma idéia concebida pelo espírito, avaliada, pensada, refletiva. Eu me considero uma pessoa não preconceituosa, porém, tenho os meus conceitos definidos sobre várias questões, fruto da análise das fontes, das bases e da natureza de cada um deles. Creio que o conceito é válido e necessário. Precisamos ter idéias bem definias, sabendo diferenciar o bem do mal, o certo do errado, o falso do verdadeiro, o justo do injusto, o legal do ilegal, o lícito do ilícito. Aliás, como todos os cristãos evangélicos (e não evangélicos), tenho, à minha disposição, a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, que se constitui em “nossa única regra de fé e prática.” Nela temos a orientação necessária para sabermos como devemos viver. É isso que  Paulo nos diz: “Pois toda a Escritura Sagrada é inspirada por Deus e é útil para ensinar a verdade, condenar o erro, corrigir as faltas e ensinar a maneira certa de viver.” 2 Timóteo 3. Vs. 16. E o apóstolo nos diz mais: “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma delas.” 1 Coríntios 6. Vs. 2. O proceder do cristão evangélico deve ter por base e referencial, o que o mesmo apóstolo Paulo, nos recomenda: “Finalmente, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que respeitável tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável tudo o que é de boa fama, se alguma virtude há e se algum louvor existe, seja isso o que ocupe o vosso pensamento.” Filipenses 4. 8.
          O cristão evangélico não é um preconceituoso, porém também não é “uma Maria vai com as outras.” Ele tem conceitos e posições definidos e balizados pela Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada. Não julga os que pensam e precedem contrariamente aos princípios exarados na Palavra de Deus e por ele aceitos, porém, se julga no direito de não compactuar com os que agem dessa forma. Isso inclui o homoxessualimo; o lesbianismo; o racismo; as drogas e o alcoolismo e não os homossexuais, as lésbicas os racistas, os alcoólatras e os dependentes, como pessoas que são livres e responsáveis, por suas decisões, opções e práticas. Afinal, O Senhor Jesus Cristo foi constituído por Deus, o Pai, como Juiz que há de julgar os vivos e os mortos. Ler Atos 17. Vs. 30,31.

UM OUTRO EVANGELHO




            Escrevendo sua Carta aos crentes das igrejas da Galácia, após a sua breve saudação, Paulo revela sua preocupação pelo comportamento deles, ao declarar-lhes: “Estou muito admirado com vocês, pois estão abandonando tão depressa aquele que os chamou por meio da graça de Cristo e estão aceitando um outro evangelho.” Gálatas 1. Vs. 6. Chama a nossa atenção o fato do apóstolo, após sua saudação mostrar-se, não apenas admirado, mas profundamente preocupado com o comportamento dos membros daquelas igrejas, em relação ao Evangelho que eles haviam recebido. Certamente que sua fidelidade a Cristo bem como à Palavra de Deus, como a sua responsabilidade para com o Ministério que havia recebido do Senhor, o levaram a usar essa linguagem direta e franca. Creio que podemos entender a expressão: “tão depressa” como significando: “trocando rapidamente.” (Mof, citado em o Novo Com. da Bíblia). O fato que provocou essa dura advertência de Paulo aos gálatas se deu por volta dos anos 49 d.C. Imaginem como se sentiria o apóstolo, ao qual foi dado o privilégio de conhecer e revelar o Mistério da Igreja, (Efésios 2. Vs. 11 a Cap. 3.Vs. 1-13), diante do que vem ocorrendo em muitas de nossas igrejas?
          O que assistimos hoje ultrapassa, em muito, aos problemas criados pelos judaizantes nos dias de Paulo. As pressões que as nossas igrejas estão sofrendo são muito maiores e mais graves que a questão da “circuncisão e observância dos preceitos da Lei” que os aludidos judaizantes tentavam impor às igrejas. São as questões da união homossexual; do aborto; da ordenação de mulheres para o Presbiterato; da Ceia do Senhor aberta a crentes, não-crentes e crianças; é a pregação de uma fé utilitária que aponta somente para o aqui e o agora. Um evangelho que não envolve arrependimento, renúncia, porta estreita e caminho apertado. Um evangelho sem Cruz (Filipenses 3. Vs. 18), sem Sangue Remidor. Um evangelho do fazer e não do ser. Um evangelho que promete riquezas terrenas e que ignora  a advertência de de Jesus sobre as “traças e a ferrugem.” Um evangelho que faz de Jesus um “repartidor de bens puramente materiais (Lucas 12.Vs. 14). Um evangelho que gera igrejas que não mais têm Escolas Bíblicas Dominicais, porque a Bíblia se tornou num mero “adereço” e não é mais, pelo menos para elas, a “única e infalível regra de fé e prática.” Igrejas que se tornaram em Empresas não com o fim de ganhar almas para Cristo e fazer crescer o Reino de Deus, mas para produzir poder econômico e político. Igrejas cujos pastores são também grandes empresários. Igrejas que barganham com o mundo esquecendo que “a amizade do mundo é inimiga de Deus.” (Tiago 4. Vs.4) Sem dúvida vivemos o período Histórico-Profético descrito na Sétima Carta do Apocalipse Cap. 3, onde Cristo está fora da porta da igreja. Igreja que bate no peito e declara: “Somos ricos, estamos bem de vida e temos tudo o que precisamos.” Vs. 1, o que mostra que caminhamos rumo a um cristianismo sem Cristo.
Em suma, caros leitores, a situação atual é tão crítica que até o Chefe da Igreja Católica Apostólica Romana. Igreja que é mais Mariana que Cristã e Apostólica não agüentou a pressão e “jogou a toalha.” É lamentável, porém é a realidade.

                           


sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

PARA SER APÓSTOLO



“Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o Evangelho de Deus.” Romanos 1. Vs.1.
            O Senhor Jesus, após a sua Ressurreição e antes de sua ascensão aos céus, ordenou aos seus discípulos, dizendo-lhes: “Eis que envio sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto sejais revestidos de poder.” Lucas 24. Vs. 49. E o mesmo Lucas registra, em Atos 1. Vs. 14: “Todos estes perseveravam unânimes em oração, com as mulheres, estando entre elas Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos dele.” Naqueles dias, continua Lucas, Pedro levantou-se no meio dos irmãos, cerca de 120, ali reunidos e tomando a palavra propôs que fosse eleito alguém dentre eles, para ocupar o lugar de Judas Iscariotes que havia traído a Jesus e se enforcado, posto haver uma profecia, no AT, que dizia: “Fique deserta a sua morada e não haja quem nela habite; e tome outro o seu encargo.” Lucas 1. Vs. 20. E acrescentou: “É necessário, pois, que dos homens que nos acompanharam todo o tempo que o Senhor Jesus andou entre nós, começando no batismo de João, até o dia que dentre nós foi levado às alturas, um destes se torne testemunha conosco da sua ressurreição.” E indicaram José, chamado Barsabás e Matias  que foi o escolhido, sendo então votado e passou a tomar lugar entre os onze. (Ver Atos 1. Vs. 20- 26).
         Esta eleição, no entanto, foi nula de fato e de direito, pois a ordem de Jesus era clara: Ficar na cidade (Jerusalém) até a descida do Espírito Santo que operaria o “parto” da Igreja, ou seja, torná-la-ia visível e passaria a conduzi-la. (Ver Atos 2. 5-12.) Segundo, porque o substituto de Judas já havia sido escolhido por Deus, antes do seu nascimento. (Ver Gálatas 1. 15). É bom ter em mente que Paulo teve a sua autoridade apostólica questionada exatamente, segundo os seus opositores, por não cumprir os pré-requisitos, as condições básicas para ser considerado Apóstolo, quais sejam: “Ter sido testemunha ocular da vida e ministério de Jesus, desde o seu batismo até à sua ressurreição e ascensão e, naturalmente, ter aprendido sobre o Evangelho com Ele.” Por essa razão Paulo se apresentava como um “abortivo”, ou seja, nascido “fora de tempo”, porém afirma que o “Evangelho por ele anunciado não fora aprendido de homem algum, mas mediante a revelação de Jesus Cristo.” (Ver Gálatas  1. Vs. 11, 12). É bom lembrar que Paulo, após a sua conversão, fato ocorrido na estrada para Damasco (Atos 9. Vs. 1-19) passou três anos no deserto, nas regiões da Arábia (Gálatas 1.Vs. 15-17), onde,sem dúvida, viveu a experiência descrita em 2 Coríntios 12. Vs. 1- Assim, irmãos, fica claro que o quadro apostólico Neo-testamentário, é compostos por doze homens, separados por Deus, para representar a Igreja ao lado dos doze representantes do povo de Israel, com os quais formam os vinte e quatro Anciãos. Ver Apocalipse 4.Vs. 4. O fato de haver, por exemplo, de Barnabé como apóstolo (Atos 14.14) tem relação com Atos 13. 1-3, onde encontramos o registro da separação de Barnabé e Paulo, para uma incursão missionária. É bom saber que apóstolo significa: “Mensageiro e ou enviado.”  É nesse contexto que Barnabé e outros, são chamados de apóstolos.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

A ETERNIDADE DE DEUS E A TRANSITORIEDADE DO HOMEM



                “(...) Porque tudo passa rapidamente, e nós voamos.” Salmo 90. Vs. 10. 

            Moisés, o grande líder do povo de Israel, é o autor deste Salmo que é, na verdade, uma Oração. Seu tema é a Eternidade de Deus e a transitoriedade do homem. Deus, com o qual ele manteve uma profunda comunhão é Aquele que formou a terra e o mundo. É a Causa não causada. Aquele que antes que os montes nascessem,  já Era Deus. O Criador e sustentador de todas as coisas. O Deus que é de Eternidade a Eternidade. Para Moisés, Deus é O Princípio de tudo, como ele mesmo escreveu em Gênesis 1. Vs. 1. “No começo Deus criou os céus e a terra.” Todavia, esse Deus transcendente, segundo a própria experiência de Moisés, “é refúgio de geração em geração.”Ou seja, é um Deus imanente e accessível ao homem.
            Gostaria de convidá-lo há pensar um pouco sobre esse Mistério: O Deus Eterno e transcendente torna possível a nossa comunhão pessoal com Ele. Nós, seres transitórios, comparados com “a relva que floresce de madrugada: de madrugada viceja e floresce; à tarde murcha e seca.” (Vs.5). O que Moisés procura nos mostrar nessa sua conversa com Deus é que nós, homens frágeis somos o objeto do Amor, da Graça e dos cuidados Dele. Ele nos conhece, sabe das nossas necessidades. Deus é o Senhor do tempo. (Vs. 3). Nada se furta ao seu conhecimento e ao seu poder. Por essa razão Ele nos oferece a oportunidade de:

Ø      Saber contar os nossos dias de modo a alcançarmos um coração sábio, Vs. 12:
Ø      A experimentar a sua compaixão, Vs. 13:
Ø      A gozar da sua benignidade e a cantarmos de júbilo, Vs.14:
Ø      A alegrarmo-nos, mesmo na adversidade dos dias maus. Vs. 15;
Ø      A conhecer as suas Obras maravilhosas e contemplar nelas a Sua Glória, Vs. 16;
A ter sobre nós a proteção da sua Graça e ver as nossas obras de nossas mãos, confirmadas  por Ele, Vs. 17.
                        Porque podemos afirmar que tudo isso é possível a nós? A resposta é simples, pois se não fora assim, o sábio e experiente Moisés não estaria rogando ao Senhor essas bênçãos. Sua certeza, sua convicção de que tudo isso é possível estava fundamentada no seu conhecimento de Deus. Do Deus com o qual convivera cerca de oitenta anos. Vendo o seu Poder, experimentando da Sua Graça,  gozando do seu Amor e da sua Fidelidade. Tudo isso torna o seu testemunho confiável, pois quando ele fala de Deus, fala fundamentado em suas experiências pessoais com Ele.

                      

O TEU DEUS, ONDE ESTÁ?



      “A minha alma tem sede de Deus, do Deus Vivo: quando irei e me verei
     perante a face de DEUS.” Salmo 42. Vs.2.

            Vivemos num mundo de muitos deuses, de muitos templos, de muitos cultos, de muitos rituais, de muitos adoradores, de muitos profetas e de muitas mensagens. Todavia, o nosso mundo é um ambiente de angústias, de fobias, de tensão, angústias, insegurança,, violência, maldade, neuroses, corrupção, devassidão moral e incredulidade.
            Em meio a tudo isso, no emaranhado de todos esses sentimentos, apelos, práticas e ameaças, o homem se sente inseguro, confuso e perdido na busca de respostas para as suas interrogações e anseios. O salmista declara que sua alma tem sede, ou seja, necessidade de Deus. Nós, seres humanos, fomos criados por Deus e para Deus e interagirmos com Ele. Porém, em lugar de buscar o Deus Vivo e Verdadeiro o homem, para tentar satisfazer a sua necessidade espiritual, criou deuses ao seu modo, na sua medida, à sua imagem e semelhança. Deuses que não ouvem, que não falam, que não respondem e não socorrem. Deuses que nada pedem porque nada podem dar. Deuses ao inverso, ou seja, que dependem dos homens que os fazem, cultuam, defendem e justificam.
Creio que a pergunta dirigida ao salmista é pertinente e oportuna: O teu Deus, onde está? Você que diz ter um deus a quem adora e serve e, no entanto, vive em aflição, angústia e medo, o seu deus, onde está? Quem é ele? O que ele lhe oferece e pede?  Há um Deus que nos criou que nos salva nos ouve, nos atende nos socorre, nos livra e satisfaz às nossas necessidades. Ele é o Deus único, vivo, pessoal, soberano e poderoso que assumiu a nossa forma na Pessoa de Jesus Cristo. Ele é o Deus revelado na Bíblia, conhecido por suas Obras e cultuado pelos que O conhecem. O Deus transcendente que habita em Glória Eterna que não necessita das suas Obras para existir, porém está conosco, como afirma o profeta: “Porque assim diz o Alto, o Sublime, que habita a Eternidade, o qual tem o Nome de Santo: Habito no Alto e Santo Lugar, mas habito também com o contrito e abatido de espírito, para vivificar o espírito dos abatidos e vivificar o coração dos contritos.” Isaias 57. Vs. 15.
            Este Deus, meu amado leitor, veio ao nosso encontro na Pessoa de Jesus Cristo, como nos mostra o apóstolo Paulo: “Deus estava em Cristo, reconciliando consigo o mundo, não se imputando aos homens as suas transgressões.”
 1 Coríntios 5. Vs. 19. Este é o Deus no qual você precisa confiar. O Deus ao qual você deve entregar a sua vida.
            Faça isso hoje! Ai mesmo onde você está! Ele o receberá, o aliviará do peso dos seus fardos, salvará a sua alma e lhe concederá a Vida Eterna, por meio de Jesus Cristo.

A PÁSCOA CRISTÃ



                          “Chegada a hora, pôs-se Jesus à mesa, e com ele os apóstolos.
                         E disse-lhes: Tenho desejado ansiosamente comer convosco esta
                         Páscoa, antes do meu sofrimento.” Lucas 22. Vs. 14,15.



            A libertação de Israel da escravidão do Egito foi um evento tão marcante e significativo para aquele povo que veio a se constituir em um ato litúrgico e cerimonial muito solene em suas práticas cultuais. A Páscoa, Pessach (Êxodo 12. Vs. 1-20)  que tinha na Festa dos Pães Asmos, o seu prolongamento, era tão importante que se tornou no dia mais solene do calendário judaico. Ele lembrava a poderosa intervenção de Deus assinalada pela morte dos primogênitos dos egípcios e por fim a quebra da escravidão e a tão sonhada liberdade.
            Centenas de anos mais tarde, Jesus se reuni com os seus apóstolos e lhes declara: “Tenho desejado ansiosamente comer convosco está Páscoa, antes do meu sofrimento.” Isto porque, naqueles próximos dias, um Evento de maior significação e alcance, marcaria um novo tempo não apenas para um povo em particular, mas para todos os povos, raças, línguas, tribos e nações. Cristo Jesus, “O Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” seria oferecido para a libertação do homem da escravidão espiritual. Assim, a Páscoa dos Judeus, tem uma similitude com a Páscoa Cristã com a vinda de Cristo, sua morte e ressurreição. O Cordeiro Pascal, que cada família teria que oferecer e cujo sangue devia ser aspergido nos umbrais das portas, (Êxodo 12.7) é substituído pelo Cordeiro de Deus, Cristo Jesus. A libertação mediante o Sangue de Jesus Cristo, é um feito, um evento cujo alcance é universal, singular e único: A Libertação do jugo do pecado. Isso porque, “Cristo a nossa Páscoa foi imolado por nós.” 1 Coríntios 5. Vs. 7. Jesus, o Cordeiro de Deus oferecido em nosso lugar, levou sobre si o nosso passado de morte revificando-nos para uma Nova Vida. Paulo, o apóstolo, declara: “Agora já não existe nenhuma condenação para as pessoas que estão unidas com Cristo Jesus. Pois a lei do Espírito de Deus, que nos trouxe vida por estarmos unidos com Cristo Jesus, livrou você da lei do pecado e da morte.” Romanos 8. Vs. 1,2. (BLH).                       
         Hoje, quando nos acercamos da Mesa do Senhor e em Memória Dele, nos lembramos do Seu Amor sacrificial; vivenciamos a Sua Vitória e aguardamos ansiosos os cumprimentos de Sua Promessa. Devemos ser gratos a Deus, o Pai, por ter-nos amado de tal maneira a ponto de nos dar o Seu Unigênito Filho para assumir a nossa forma e pagar o preço de nossa Redenção Eterna. João 1. Vs. 14 e 3.Vs. 16


                                                

PAIXÃO E MORTE DE CRISTO



“Respondeu-lhes Jesus: Errais não conhecendo as Escrituras
nem o Poder de Deus.” Mateus 22.Vs. 29.

            O filme sobre a Paixão e Morte de Cristo, produzido e dirigido pelo ator,
Mel Gibson, católico romano conservador, gerou na época do seu lançamento, uma grande celeuma. As alegações eram de que o filme era muito violento, ou melhor, fora filmado dando ênfase à violência do episódio em foco. Uma outra afirmação  era que o filme despertava e acirrava o sentimento de ódio contra os judeus tidos como responsáveis pela Morte de Jesus Cristo (Acusação que já havia sido retirada pela Igreja Romana através de documento Papal).
            A questão básica suscitada pelo filme, e muitas vezes já debatida, é: Afinal quem matou Jesus Cristo? Os judeus? Os romanos? Quem é o responsável?  No texto que encima esta minha Palavra Pastoral de hoje, estão registradas as Palavras de Jesus: “Errais, não conhecendo as Escrituras nem o Poder de Deus.” A falta de conhecimento e a ignorância sobre a História da Redenção induzem ao erro e alimenta o questionamento sobre quem afinal é o responsável pela crucificação de Cristo. É Ele quem diz que é necessário examinar as Escrituras (João 5.Vs.39) O profeta Isaias recomendava: “Buscai no Livro do Senhor, e lede.” (Isaias 34.Vs. 19).Na realidade os responsáveis pela Crucificação de Jesus Cristo foram os judeus, os romanos, os americanos, os brasileiros, os chilenos, os argentinos, os turcos, os russos, africanos, esquimós, etc.etc.etc.
         A Bíblia nos diz que Jesus foi morto por causa dos nossos pecados. O meu, o   seu, o pecado de toda a humanidade. O apóstolo Paulo nos diz: “Eu passei para vocês o ensinamento que recebi e que é da mais alta importância: Cristo morreu pelos nossos pecados como está escrito nas Escrituras.” 1 Coríntios 15. Vs.3.  O nosso pecado levou Jesus à morte. O mesmo apóstolo declara que: “Deus nos mostrou o quanto nos ama: Cristo morreu por nós quando vivíamos no pecado.” Romanos 5.8. E há ainda um outro detalhe que dever se esclarecido: Jesus não foi e não é Mártir, como crê e se apregoa. Sua morte foi voluntária. Ele mesmo declara: “Por isso o Pai me ama, porque eu dou a minha vida para reassumi-la. Ninguém a tira de mim; pelo contrário, eu espontaneamente, a dou, tenho autoridade para entregá-la e também para reavê-la. Este Mandamento recebi de meu Pai.” João 10.Vs. 17, 18.

             É uma pena que pessoas que apresentam com religiosas e cultas, errem tanto quando a questão é Bíblica e espiritual. Erram e continuam errando por despezarem o conhecimento da Palavra de Deus. É uma tristeza perceber que muitos cristãos evangélicos também laborem em erro pôr negligenciarem ao estudo da Bíblia, a Palavra de Deus e confundirem cultura bíblica, com conhecimento bíblico.

ENSINA-NOS A ORAR



A oração é, para o cristão evangélico, como o ar que respiramos; é como a água que satisfaz a nossa sede; é como o alimento que nos sustenta e fortalece. Paulo recomenda: “Orai sem cessar.” 1 Tessalinicenses 6. Vs. 17. Ele também adverte aos crentes de Éfeso: “ (...)  Orando em todo o tempo, com toda oração e súplica, no Espírito.” Cap. 6.Vs. 18.  E Tiago nos estimula a que, no nosso dia a dia, possamos “confessar os nossos pecados uns aos outros e orar uns pelos outros.” E acrescenta: “Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.” Tiago 5. Vs. 16.
            Todavia, como tudo o mais na vida e, em especial na vida cristã, precisamos ter conhecimento, saber, incluindo, como orar. A evidência da verdade do que estou afirmando, está no pedido dos discípulos a Jesus. Lucas 11. Vs. 1, registra: “De uma feita estava Jesus orando em certo lugar; quando terminou, um dos seus discípulos lhe pediu: Senhor ensina-nos a orar como também João ensinou aos seus discípulos.” E Jesus atendeu-os, como nos mostra Mateus 6. Vs. 5-7. “E quando orardes, não sereis como os hipócritas; porque gostam de orar em pé nas Sinagogas e nos cantos das praças, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que eles já receberam a recompensa. Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, e, fechada a porta, orarás a teu Pai que está em secreto; e teu pai que vê em secreto, te recompensará. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque presumem que pelo seu muito falar serão ouvidos.”
            Vejam bem. Jesus não está dizendo que é só em nosso quarto que devemos orar. Quarto aqui significa: “um legar tranqüilo, reservado e silencioso.” Daniel orou estando na cova dos leões. Jonas orou quando estava no ventre de um grande peixe. (Ver Jonas 2.vs.1). O salmista Davi mostrá-nos que era um homem de oração, ao declarar: “De tarde e de manhã e ao meio dia orarei; e clamarei, e Ele ouvirá a minha voz.” Salmo 55. Vs. 17.  E o apóstolo Paulo na sua l ª Carta a Timóteo, diz: “Quero, portanto, que os varões orem em todo lugar (...)” Cap. 2. Vs.8. Jesus nos garante que a oração ao Pai em seu Nome é atendida. Ele afirma: “Em verdade, em verdade vos digo que tudo que pedirdes ao Pai, em meu Nome, Ele vo-la concederá.” João 16. Vs.23. E o apóstolo João declara: “E aquilo que lhe pedimos, dele recebemos, porque guardamos os seus mandamentos e fazemos diante dele o que lhe á agradável.” 1 João 3.Vs. 22.
            Estes últimos textos nos mostram que além da fé, o fundamental para que nossas orações sejam atendidas. Em primeiro lugar temos que orar ao Pai, em Nome de Jesus. Segundo temos que estar fazendo aquilo que é agradável a Ele.  Jesus é o nosso Sumo Sacerdote (Hebreus 4. Vs. 14). E, por conseqüência, o Único Mediador entre nós e Deus (1 Timóteo 2.Vs. 5). O que significa que por Ele temos livre acesso à presença de Deus, o Pai.
            Gostaria de terminar minha palavra pastoral, mencionando algo que me intriga quando ouço, em algumas orações, a pessoa que está orando terminar dizendo: Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, amém! Eu fico na dúvida. Afinal a Quem esse irmão está orando?


   

sábado, 2 de fevereiro de 2013

SE DEUS JÁ SABE, POR QUE ORAR?




               “Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que comeremos? Que beberemos? Ou: Com que nos vestiremos (...) Pois vosso Pai celeste sabe que necessitais de todas elas.” Mateus 6. Vs.31, 32.
               Desejo voltar ao tema Oração, posto ter sido confrontado pela pergunta que serve de título à minha palavra de hoje. Nós cremos na Onisciência de Deus. Sabemos que Ele nos ama e tem cuidado de nós. Logo, se Deus nos ama e conhece o passado, presente e futuro e naturalmente as nossas necessidades, por que Orar?
               Analisando-a do ponto de vista humano, a pergunta nos parece pertinente. Todavia, considerando-a a luz da Teologia e do ensino bíblico, não. A resposta que a Bíblia nos dá, são alinhadas em três razões:
         Primeira, oramos porque somos motivados pelo próprio Deus a Quem oramos. Muitos de nós cremos que somos nós que tomamos a iniciativa de orar, quando entramos algumas vezes na presença de Deus com os nossos pedidos, na busca de solução para os nossos problemas. Na verdade essa motivação vem do próprio Deus que nos despertou e nos preparou para fazê-lo. Dessa forma nossa oração já é, na realidade, uma resposta que, como comenta o Pastor Olgivie, a resposta nem sempre é um “sim”; pode ser um “não” ou um “aguarde.”
      Segunda, devemos ter consciência que oramos não para mudar a mente ou os propósitos de Deus, mas para estarmos abertos à Sua Ação em nós e por nós. Como diz o Pastor já citado, “a resposta já está pronta;”
     Terceira, oramos a Deus, porque com isso revelamos nossa inteira dependência Dele. E isso não diz respeito a Ele, mas à nós. Seu desejo como Pai, é que os seus filhos se cheguem a Ele e partilhem com Ele de modo íntimo e coloquial, nossos pesares, dores e nossas carências.
    Um texto de Paulo, em Filipenses 4. Vs. 6, 7, resume tudo o que comentei acima. Vejamos o que o apóstolo nos recomenda: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas diante de Deus as vossas petições, pela oração e pela súplica, com ações de graça. E a paz de Deus que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e as vossas mentes em Cristo Jesus.”
   “É através da Oração que compartilhamos com Deus no que Ele deseja fazer na vida de cada um de nós.”