quarta-feira, 13 de junho de 2012

LOUCO

Ao longo dos meus longos anos de ministério pastoral (fui ordenado em 25 de junho de 1960 ), tenho passado por muitas e interessantes experiências, dentre elas a de ter sido chamado de “louco”, “velho” e “radical”. Todavia, nenhum desses adjetivos, nenhum desses epítetos provocou qualquer reação negativa de minha parte ou produziu algum sentimento de tristeza,, inferioridade ou de abatimento espiritual. Quando fui qualificado de “maluco”, foi em decorrência de posicionamentos bíblicos e doutrinários que mantenho e defendo. Na verdade eu me senti até bem, posto que essa afirmação a meu respeito, em lugar de ser depreciativa, me foi gratificante e até elogiosa pois colocou-me e identificou-me como um seguidor de Cristo e do seu Evangelho. E me fez mais, tornou-me feliz, já que a afirmação de que sou “louco” coloca-me ao lado de tantos outros “loucos” todos ilustres figuras da História Bíblica, como: Abraão que enlouqueceu quando recebeu a ordem de Deus de deixar a sua terra, a sua parentela e a casa de seu pai, para ir a um terra que ele não sabia onde ficava e Abraão partiu se saber para onde ia. (Gn 12.1; Hb 11.8). Como Moisés, que quando já era da idade de 40 anos, abriu mão da condição de filho da filha de Faraó e achou muito melhor ser maltratado com o seu povo, a usufruir dos prazeres do pecado. (Hb 11.24,25) Como Eliseu que ao ser tocado pela capa de Elias, imolou a sua junta de bois e queimou o seu carro, instrumentos do seu trabalho dos quais tirava o seu sustento. ( 1 Rs 19.21) Lembrei-me de Zaqueu, o rico e conhecido chefe da Receita Federal da cidade de Jericó que, no afã de ver a Jesus correu rua a fora, subiu numa árvore, expondo-se ao ridículo e, após receber Jesus em sua casa resolveu dar metade de seus bens aos pobres e a restituir quatro vezes mais àqueles aos quais havia defraudado. ( Lc 19.1-8 ).Como Paulo, hebreu de hebreus. Segundo a Lei, irrepreensível. Preparado aos pés do Mestre Gamaliel para ser o seu substituto como líder do Judaísmo, no entanto, considerou tudo isso como “esterco” pela sublimidade de ter conhecido a Cristo( Fp 3.4-8). É esse mesmo Paulo que nos mostra que o Evangelho de Cristo é “loucura”( 1 Co 1.18-21). Para o mundo e seus conceitos e filosofia de vida, e suas ordens de valores, o ensino de Cristo e o conteúdo do seu Evangelho é loucura. Para Cristo, se alguém quer “achar” é preciso “perder” (Mt 12.39). Se alguém quer ser “exaltado” é necessário se “humilhar” ( Mt 23.12). Para “ver” é preciso “crer”(Jo 11.40). Que o mais importante é “dar” do que “receber” ( At 20.35). Que é pela “rendição” que alcançamos a “vitória”. ( 2 Co 2.14 ).Que se alguém te ferir na face direita, volta-lhe também a outra. ( Mt 6. 39). Aos olhos do homem comum tudo isso é pura loucura, logo, os que seguem a Cristo e professam o seu Evangelho são loucos. E eu fiquei louco no dia 06 de junho de 1954 e após todos esses anos eu tenho procurado glorificar ao meu Senhor, por minha loucura. Leia 1 Co 1.26,29 e você compreenderá tudo isso. Rev. Mauro Ramalho (Reescrito em 13/06/12)

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