terça-feira, 5 de junho de 2012
MÉTODOS E FINS
Desejo retornar ao comentário que fiz sobre as atuais relações das igrejas com o mundo e suas práticas. Comportamento que alguns aplaudem como sendo um imperativo dos “novos tempos”, uma conquista e um fator positivo na divulgação do Evangelho. Há um antigo ditado que diz: “Pra quem sabe ler, um pingo é letra.” E Jesus, no “seu Sermão Profético, recomenda: “Quem lê, entenda.” (Mt.24. 15).
Paulo estava realizando a sua terceira viagem missionária quando teve a visão na qual um cidadão macedônio lhe fazia um apelo: “Passa à Macedônia, e ajuda-nos.” ( At 16.9). Ele, que tentava ir para Bítinia ( Vs.7) acaba seguindo até Filipos, importante cidade da Macedônia fundada por Felipe II, pai de Alexandre, o Grande, no ano de 358 a.C. A primeira cidade da Europa a receber a Mensagem do Evangelho. ( At 16.12). Nesta cidade houve a conversão de Lídia e de sua família plantando assim a semente do Evangelho no Continente Europeu.
Alguns episódios interessantes ocorreram com Paulo e Silas nesta cidade. Um deles foi devido à cura da jovem adivinhadora ( Vs. 16-18) o que lhes custou uma ordem de prisão. O fato merece ser analisado: Paulo e Silas se dirigiam para um local onde se realizava uma reunião de oração, quando saiu ao encontro deles uma jovem que, seguindo-os clamava, dizendo: “Estes homens são servos do Deus Altíssimo, e vos anunciam o caminho da salvação.” (Vs.17). Isso se repetiu por muitos dias (Vs.18). Até que Paulo, indignado, expulsou o espírito maligno que a possuía (Vs.18). Os senhores daquela jovem, que se utilizavam de sua atividade para auferirem lucro, denunciaram Paulo e Silas às autoridades e eles foram presos (Vs. 19-24).
Porque será que Paulo agiu dessa forma? O que a jovem anunciava não era verdade? Paulo e Silas não eram, de fato, servos do Deus Altíssimo e como tais não anunciavam ao povo o caminho da salvação? Por que não receber essa ajuda, esse apoio, essa colaboração de uma pessoa e dos senhores dessa pessoa, que eram conhecidos na cidade e naturalmente tinham influência? Não seria isso benéfico para a divulgação do Evangelho?
Jesus estava prestes a terminar o seu Ministério terreno, quando reuniu os seus discípulos para lhes dar uma lição de humildade e disponibilidade em servir. O episódio ficou conhecido como “a cerimônia do lava pés” e está registrada em João 13. Era por ocasião da Páscoa. Jesus tirou as suas vestes de cima, tomou uma toalha e cingiu-se com ela e pondo água numa bacia lavou os pés dos seus discípulos. Quando chegou a vez de Pedro, este declarou: “Senhor, tu me lavas os pés a mim”? ( Vs.6) Ao que Jesus respondeu: “Se eu não te lavar não tens parte comigo.” (Vs.8). João, o apóstolo, declara: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo todo está debaixo do poder do Maligno.” (1 de João 5.19). Paulo, profundo conhecedor da Teologia, sabia disso. É pena que muitos em nossos arraias evangélicos se esquecessem ou não sabem que não pode haver “sociedade e nem comunhão entre luz e trevas” ( Ver 2 Co 6.14). Para o Evangelho os fins nunca justificam os meios. Afinal “pra quem sabe ler, um pingo é letra.”
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