sexta-feira, 1 de junho de 2012
comentando
A ORDENAÇÃO DE MULHERES
Tenho sido instado por alguns irmãos, membros de igrejas de algumas de nossas denominações evangélicas, como por alguns colegas de ministério, a dizer o que penso sobre a questão da Ordenação de Mulheres. Já ouvi. Já li. Já participei de conversas sobre o referido tema, nas quais havia os que defendem a tese da ordenação alegando, o que é de fato uma inquestionável verdade, ou seja, o valor e a inconteste contribuição que as mulheres têm dado para o trabalho de nossas igrejas.
É inegável que a grande maioria das mulheres cristãs de nossas igrejas evangélicas, encara a vida espiritual e o trabalho de suas igrejas de forma responsável e com muita dedicação e empenho. O que não é um fato novo, pois encontramos essa mesma realidade quer no Antigo como no Novo Testamento, onde vemos muitas e notáveis mulheres que se destacaram, tanto na História de Israel como no Ministério de Cristo e na Obra da Igreja. Como exemplo podemos citar: Débora, Ana, Rute, Ester, Maria Madalena, Joana, Suzana e muitas outras anônimas, que seguiram e serviram a Jesus com os seus bens. (Lucas 8.l-3). Como também Dorcas, Priscila, Febe, Júnias, as irmãs Trifena e Trifosa, Júlia e Olimpas. Isto para mencionar apenas algumas delas.
Creio que posso dar o meu testemunho pessoal de mais de 52 anos de Ministério, nos quais pastoriei dez igrejas, preguei e conheci dezenas delas, das várias Denominações Evangélicas. Em todas elas as Sociedades ou Departamentos Internos que sempre se destacaram, era o seguimento feminino. E isso não apenas nas igrejas locais, como também, nas Federações, Confederações nas atividades missionárias e sociais etc. Ai de nós, pastores, se não fossem as irmãs sempre disponíveis, dedicadas e fidelíssimas no trabalho de suas igrejas.
No entanto, em 58 anos de vida cristã, dos quais 56 gastos no estudo, no ensino e na pregação da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, nossa única e infalível regra de fé e prática, confesso que não encontrei nenhuma base, nenhum fundamento bíblico que pudesse sustentar a ordenação de mulheres. Tenho ouvido alguns “argumentos” tais como: “Hoje vivemos uma outra época!” “A cultura hoje é outra!” E algumas mais radicais, como: “A Bíblia é machista!” “As mulheres hoje ocupam vários cargos de posição na sociedade!” “As igrejas precisam entender essa nova realidade!” Todos nós reconhecemos que a mulher desfruta hoje de um outro status social. Uma conquista devida, sem dúvida, ao Cristianismo.
Quando lemos em Gênesis 2.18-25, vemos que a mulher foi tirada do lado do homem para ser sua igual e idônea, ou seja, “apta, competente.” Lembro-me que por muito tempo as mulheres se sentiam lisonjeadas quando ouviam a declaração: “Atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher!” O correto é o que está na Bíblia, no texto já citado, que deixa claro que a mulher não deve estar atrás e nem na frente do homem, mas ao lado dele.
Tudo isso é verdade, é importante e até um tanto poético, porém falta o básico, o essencial, ou seja, a referência bíblica, o fundamento teológico. Não há pelo que entendo e conheço da Bíblia, nenhum texto que justifique a ordenação de mulheres. A única referência, assim mesmo muito discutida, é a de 1 Timóteo 3.11, quando trata do Diaconato e não sobre o Presbiterato. Os apóstolos Paulo e Pedro, nos mostram que na medida em que novas igrejas iam sendo organizadas, presbíteros eram ordenados para as funções pastorais, como vemos na recomendação de Paulo a Tito: “Por esta causa te deixei em Creta para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher.” (Tito 1.5,6). Pedro nos mostra mais. Em sua 1ª Carta ele revela que os próprios apóstolos, com o passar do tempo e em face do crescimento da Igreja e da morte de alguns dos 12, que foram designados por Jesus, (Marcos 4.13,14), os que ainda restaram iam se transmutando em Presbíteros, como ele mesmo diz: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo ( expressão que autentica a sua condição de apóstolo), pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós.”(1 Pedro 5.1-4). E ainda Paulo, quando se encontrava na cidade de Mileto, prestes a iniciar sua viagem para Jerusalém, mandou um portador a Éfeso a fim de chamar os presbíteros das igrejas e depois de relatar-lhes suas experiências e a sua firme disposição de ir para Jerusalém, recomenda-lhes: “Cuidem de vocês mesmos e de todo rebanho que o Espírito Santo entregou aos seus cuidados, como pastores da Igreja de Deus, que ele comprou por meio do sangue do seu próprio Filho.” (Atos 20-BL). Falando a Timóteo, seu filho na fé e ao qual preparava para o ministério, Paulo lhe recomenda: “Não se descuide do dom que você tem que Deus lhe deu quando os profetas da Igreja falaram e o grupo de presbíteros pôs as mãos sobre sua cabeça para dedicá-lo ao serviço do Senhor.”(1 Timóteo 4.14-BLH)
É bom deixar claro que no Novo Testamento só há dois ofícios o do Presbiterato e o do Diaconato. Os presbíteros cuidam das coisas espirituais e os diáconos das materiais (Atos 6. 1-6) Pastor, bispo, evangelista e missionário são funções, serviços ou ministérios. Pastor é alguém que recebeu um chamado (vocação) especial e se preparou no estudo das Escrituras e foi ordenado presbítero, com a imposição das mãos dos demais presbíteros. Bispo é um presbítero, (com as características já mencionadas acima) que superintende outras igrejas e seus pastores.
Reitero que até hoje não encontrei nenhuma referência ou inferência bíblica que justifique a ordenação de mulheres para o presbiterato. Em sendo assim e tendo em vista a declaração de Paulo “que não podemos ultrapassar o que está escrito” (1Co.4.6), não vejo como considerar bíblica essa prática por parte de nossas igrejas. Esta é, pois a minha opinião e conseqüente posição.
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Olá Rev. Mauro!
ResponderExcluirNesta questão, e com relação à mulher que é ordenada e seu marido é um membro, ou mesmo fica como pastor auxiliar? Como fica a submissão da mulher ao marido, já que ela está à frente de um ministério e ele não? E se o marido atende ao Chamado, como lidar com o ministério que a mulher já está à frente? A mulher deveria desligar-se, por submissão?
Creio que estes sejam questionamentos que reforçariam a não ordenação de mulheres.
Abraços!
(Aliandro Miranda)
Essa é uma das dificuldades, porém a mais séria é a falta do respaldo bíblico. Obrigado e um abç. Nota: Caso lhe seja possível, divulgue esse Blog
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