domingo, 7 de abril de 2013

COMISSÃO DOS DIREITOS HUMANOS DA CÂMARA



A propósito da situação tumultuada em que se encontra a Comissão dos Direitos Humanos da Câmara dos Deputados. Comissão esta presidida pelo Deputado Marcos Feliciano do PSC (que não conheço, do qual não sou advogado e muito menos eleitor bem como nada sei sobre a sua formação bíblica e teológica e a que seguimento evangélico ele pertence) tenho, no entanto, dois comentários a fazer:
           PRIMEIRO: Não sei exatamente como classificar, se é discriminação, perseguição ou prevenção, mas algo está chamando a minha atenção. Porque sempre, em reportagens, noticiários, entrevistas, etc. em que o nome do Deputado é mencionado, invariavelmente é precedido do título: “Pastor.” Na Câmara há médicos, advogados, engenheiros, odontólogos, professores, artistas (e até palhaço), no entanto, ao serem mencionados, não há a mesma preocupação em citar os seus títulos;
         SEGUNDO: Ouvi uma nota na CBN, dando conta que o Deputado Marcos Feliciano, teria declarado, ao ser interrogado por um juiz, no Supremo Tribunal Federal, em função de processo a que responde: “Que a História e a Bíblia afirmam que os africanos foram amaldiçoados por Deus, pela prática de um ato homossexual após o dilúvio.” Eu sou cristão evangélico, pastor há 53 anos (agora Jubilado em função da idade, 81 anos), professor de Teologia e de outras matérias bíblicas em dois Seminários e uma Faculdade Evangélica de Teologia, por mais de quarenta anos, tendo lido a Bíblia inteira, em média a cada dois anos, confesso que nunca encontrei nenhuma referência a tal maldição. Sei que há uma hipótese com base em Gênesis 4. Vs. 15, porém é apenas uma hipótese (não confirmada), que pessoalmente não aceito como verdadeira, pois o aludido texto deixa claro, que a “marca” que Caim recebeu era pessoal e individual e não há nenhuma referência ou mesmo uma inferência, que diga respeito à sua descendência.
       Já a maldição pronunciada em Gênesis 9. 20-29, (à qual, provavelmente, o Deputado Marcos aludiu) deveu-se a embriagues de Noé, que o levou a ficar nu dentro de sua tenda e Cão, vendo-o assim, avisou a seus irmãos Sem e Jafé que tomaram uma toalha e cobriram a nudez de seu pai. Este, recuperado de sua cembriagues, amaldiçoou o seu filho, Cão, (de quem descende os cananeus). Como podemos ver no registro do texto, não há nada de homossexualismo nesse episódio bem como nenhuma evidência histórica e antropológica que prove o surgimento da raça negra, como resultado dessa mesma maldição.
       No episódio que envolve a pessoa de Caim, Gênesis 4. Vs. 15, não houve nenhuma relação com práticas homossexuais e sim com o assassinato de Abel, seu irmão. Fato ocorrido muito tempo antes do dilúvio. No episódio da embriaguez de Noé que resultou na maldição feita ao seu segundo filho, Cão (Gênesis 9.Vs. 20-29), também não. Penso que nessa questão da origem das raças, vale lembrar a declaração de Paulo feita no Areópago, em Atenas, aos filósofos ali reunidos: “De um só homem ele (Deus) criou todas as raças humanas para viverem na terra.”
Atos 17. Vs. 26.     

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