“Lembra-te disto: nos
últimos dias haverá tempos difíceis.”
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Timóteo 3. Vs. 1-9.
Paulo escrevendo a sua segunda carta
a Timóteo, a quem está preparando para o exercício do Ministério Pastoral,
fala-lhe profeticamente, das tensões sociais e espirituais dos últimos dias.
Ele destaca que a “pecaminosidade da voluntariedade humana encontrará plena e
irrestrita expressão por meio de ações, palavras e pensamentos. Acabar-se-ão as
práticas de reverência, do dever, da gratidão, do amor ao próximo e aos
parentes e da honra aos pactos assumidos. Os homens tornar-se-ão diabólicos,
descontrolados, violentos, inimigos das virtudes, prontos para trair seus
semelhantes, inexoráveis, desviados pela própria presunção. Aqueles que
professam ser religiosos preferirão o amor aos prazeres ao amor a Deus; externamente fingirão certa forma
de reverência, mas repudiarão deliberadamente seu autêntico poder
transformador.” (Novo Dicionário da Bíblia).
Creio que este relato nos apresenta um
retrato de “corpo inteiro” da grande maioria das pessoas que formam hoje a
nossa sociedade. Basta fazer uma pequena análise daquilo que vemos ao nosso
redor e concluiremos que já estamos vivendo a situação classificada por Paulo
como: “tempos difíceis.” A ignorância e ou o abandono dos postulados da Lei
Natural, dos Valores Morais e Espirituais e dos Preceitos Divinos, em relação
ao casamento, à formação da família, ao respeito e amor ao próximo, o
altruísmo, à justiça, à honestidade e à verdade, praticamente desapareceram.
O profeta Isaias, cerca de 800 antes
de Paulo, já profetizava: “A justiça é posta de lado, e o direito é afastado. A
verdade anda tropeçando no tribunal, e a honestidade na consegue chegar até lá.
A verdade desapareceu, e os que procuram ser honestos são perseguidos.” (Isaias
59. Vs. 14, 15-BLH). É necessário entender que essa palavra de Isaias, tem uma
dupla referência. Fala da situação de Israel e aponta profeticamente para o
futuro. É inegável que a falta de confiança entre as pessoas comuns e nos que
estão investidos pelo poder de representar a população é algo inconteste. Os
noticiários dos vários veículos de comunicação destacam diariamente o aumento
da criminalidade, os atos de corrupção e os desmandos de nossas autoridades. O
Poder Público, que devia priorizar os interesses da população, o substituiu
pelo interesse pessoal dos que manipulam o Poder. Não se faz Política (Ciência
do governo dos povos e dos negócios públicos) o que vemos é “politicagem
partidária” na qual o povo é um “pequeno detalhe” lembrado apenas por ocasião
das eleições, pois os políticos fazem do “poder o seu deus.” A criminalidade
assume proporções endêmicas. Os crimes hediondos se multiplicam e atigem às
várias camadas da sociedade. As leis, nos seus vários e sutis meandros
estimulam a prática do crime e alimenta a impunidade. Tal estado de coisas
banaliza a vida, justifica a esperteza, estimula a corrupção e esmorece a
esperança dos que ainda crêem nos valores da vida.
Paulo não exclui aos cristãos
evangélicos neste contexto de deterioração social, moral e espiritual, pois
fala daqueles que tem apenas “aparência de piedade e fracassaram na fé.” (Vs.5
e 8). Vemos hoje igrejas barganhando com o mundo e suas práticas. Suas
mensagens refletem o que as pessoas querem ouvir e não o que elas precisam
ouvir. Temos hoje um evangelho sem cruz. Um cristianismo sem Cristo. Ele está
fora da porta ( Apocalipse 3. Vs. 20.” É triste, mas é verdade.
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