domingo, 15 de abril de 2012

COMENTANDO Pr. Mauro Ramalho – pr.m.ramalho@gmail.com O nosso Regional Evangélico de dezembro de 2011, agora maior, mais diversificado e mais colorido, contém uma entrevista da brilhante jornalista e agora também Editora de nosso querido Jornal, Monique Suriano, feita com a irmã Jemima Malafaia sobre o tema: Ordenação de Mulheres. Concordo plenamente com a entrevistada quando afirma: “Sem dúvida existem muitas mulheres que encaram a vida espiritual com bastante responsabilidade.” De fato, quer no Antigo como no Novo Testamento, encontramos muitas e notáveis mulheres que se destacaram, tanto na História de Israel como no Ministério de Cristo e na Obra da Igreja. Como exemplos podemos citar: Débora, Ana, Rute, Ester, as mulheres, muitas delas anônimas, que seguiram e serviram a Jesus com os seus bens ( Lucas 8.l-3.) Como também Dorcas, Priscila, Febe, Júnias, as irmãs Trifena e Trifosa, Júlia e Olimpas. Isto para mencionar apenas algumas delas. Creio que posso dar o meu testemunho pessoal de mais de 52 anos de Ministério Pastoral, nos quais pastoriei dez igrejas, preguei e conheci dezenas delas, de várias Denominações Evangélicas. Em todas elas as Sociedades ou Departamentos internos que sempre se destacaram nelas, eram as SAFs, UAFs, ou seja, o seguimento feminino. E isso não apenas nas igrejas locais, como também, nas Federações, Confederações e suas atividades missionárias e sociais etc. Ai dos pastores se não fossem as irmãs sempre prontas, disponíveis, dedicadas e fidelíssimas nas suas igrejas. No entanto, em 57 anos de vida cristã, dos quais 55 gastos no estudo e no ensino da Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada, nossa única e infalível regra de fé e prática, confesso que não encontrei nenhuma base, nenhum fundamento que possa sustentar a ordenação de mulheres. Tenho ouvido alguns “argumentos” tais como: “Hoje vivemos uma outra época!” “A cultura hoje é outra!” E algumas mais radicais, tais como: “A Bíblia é machista!” “As mulheres hoje ocupam vários cargos de posição na sociedade!” “As igrejas precisam entender essa nova realidade!” Todos nós reconhecemos que a mulher desfruta hoje de um outro status social. Uma conquista sem dúvida, do Cristianismo. Quando lemos em Gênesis 2.18-25, vemos que a mulher foi tirada do lado do homem para ser sua igual e idônea, ou seja, “apta, competente.” Lembro-me que por muito tempo as mulheres se sentiam lisonjeadas quando ouviam dizer que: “Atrás de um grande homem há sempre uma grande mulher.” O correto é o que está na Bíblia, no texto já citado, que deixa claro que a mulher não deve estar atrás e nem na frente, mas ao lado do homem. . Tudo isso é verdade, é importante e até um tanto poético, porém falta o essencial, ou seja, a referência bíblica. Não há nenhum texto que sirva de base para a ordenação de mulheres. A única referência, assim mesmo muito discutida é a de 1Timóteo 3.11. Assim mesmo tratando do Oficio do Diaconato e não sobre o Presbiterato. Os apóstolos Paulo e Pedro, nos mostram que na medida em que as igrejas iam sendo organizadas, presbíteros eram ordenados para as funções pastorais. Paulo recomendava a Tito: “Por esta causa te deixei em Creta para que pusesses em ordem as coisas restantes, bem como em cada cidade, constituísses presbíteros, conforme te prescrevi: alguém que seja irrepreensível, marido de uma só mulher.” ( Tito 1.5,6). Pedro nos mostra mais. Em sua 1ª Carta ele revela que os próprios apóstolos, com o passar do tempo e em face do crescimento da Igreja, iam se transformando em Presbíteros. Vejam o que ele diz: “Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo ( sua condição de apóstolo), pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós.” 1 Pedro 5.1,2). E ainda Paulo quando se encontrava na cidade de Mileto, antes de iniciar sua viagem para Jerusalém, mandou um portador a Éfeso a fim de chamar os presbíteros da igreja e depois de relatar-lhes suas experiências e sua firme disposição de ir para Jerusalém, recomenda-lhes: “Cuidem de vocês mesmos e de todo rebanho que o Espírito Santo entregou aos seus cuidados, como pastores da Igreja de Deus, que ele comprou por meio do sangue do seu próprio Filho.” (Atos 20-BLH.) Falando a Timóteo, seu filho na fé, Paulo recomendava: “Não se descuide do dom que você tem que Deus lhe deu quando os profetas da Igreja falaram e o grupo de presbíteros pôs as mãos sobre sua cabeça para dedicá-lo ao serviço do Senhor.” ( 1 Timóteo 4.14-BLH) É bom deixar claro que no Novo Testamento só há dois ofícios o do Presbiterato e o do Diaconato. Os presbíteros cuidam das coisas espirituais e os diáconos das materiais (Atos 6. 1-6) Pastor, bispo, evangelista e missionário são funções, sérviços ou ministérios. Pastor é alguém que recebeu um chamado (vocação) especial e se preparou no estudo das Escrituras e foi ordenado presbítero, com a imposição das mãos dos demais presbíteros. Bispo é um presbítero, (com as características já mencionadas acima) que superintende outras igrejas e seus pastores. Reitero que até hoje não encontrei nenhuma referência ou inferência bíblica que justifique a ordenação de mulheres para o presbiterato. Em sendo assim e tendo em vista a declaração de Paulo “que não podemos ultrapassar o que está escrito” (1Co.4.6), não vejo como considerar bíblica essa prática.

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