Eduque a criança no caminho em que deve andar e até o fim da
vida não se desviará dele.” (Provérbios 22.6)-BLH)
Hoje é o
Dia das Crianças. Creio que todos nós,
que já fomos crianças, sabemos do que elas gostam: Doces, brinquedos, passeios,
etc. Todavia, sabemos também, agora, na condição de pais, de que elas carecem
de amor, de carinho, de proteção e, acima de tudo, de educação, que é
fundamental pois se constitui na: “ação
exercida pelas gerações adultas sobre as gerações formadas por crianças e
jovens, visando o desenvolvimento de suas potencialidades físicas,
intelectuais, morais e espirituais, de modo que possam viver em sociedade, sabendo
exercer a sua cidadania.” Ouvi uma interessante história a propósito de
educação. Uma senhora se aproximou de Napoleão Bonaparte e perguntou-lhe: “Senhor
a partir de que idade devo iniciar a educação do meu filho? Ao que Napoleão
indagou: que idade tem o seu filho? E a mãe respondeu: três meses e Napoleão
lhe disse: a senhora já perdeu três meses”.Essa responsabilidade era da família
e ocorria no espaço físico chamado lar. Os da minha idade se lembram da chamada:
“Educação de Berço. Educação de Família.” Eram os pais que ensinavam os
rudimentos das relações humanas de obediência, de respeito para com os mais
velhos, de pedir licença para entrar e sair da sala de aula, ao terminar as
refeições, de cumprimentar as pessoas, de oferecer o seu lugar aos idosos, de
dizer obrigado, ao receber um presente, um elogio ou uma palavra de carinho, de
nunca pegar nada que não lhe pertencesse, bem como não aceitar nada de pessoas
estranhas.
Reconheço
que vivemos um outro tempo em razão das mudanças culturais e das necessidades
econômicas que tiraram as mães dos lares e as levaram a colocar as suas mãos nos
volantes de caminhões e ônibus, nos computadores nos escritórios e em outras
várias e honestas atividades. Com isso, no entanto, “as mãos que embalavam os berços” hoje são usadas para outros fins
em lugares que antes distanciavam apenas os pais do contato mais constantes com
os filhos. Agora nos restam as Escolas públicas e particulares, responsáveis
pela Educação das nossas crianças e dos nossos jovens, porém, como diz o povão:
“é aí que mora o perigo.” Creio que o nosso país deve ocupar os primeiros
lugares onde mais se fala em Educação e onde menos se investe nessa área de
extraordinária importância para o homem, à sociedade e a nação. O meu espaço
não me permite enumerar os vários problemas existentes nesse setor. Creio, no entanto,
não ser necessário fazê-lo, pois eles são do domínio público, de pais e mães e
dos próprios alunos e alunas de nossas Escolas. Escolas onde faltam condições de
trabalho para os professores, cujo valor no contexto da ação de educar não é
reconhecido; seus salários são a prova dessa
realidade. Onde a quantidade é mais valorizada do que a qualidade. As verbas
que são destinadas aos Municípios não são medidas pela qualificação, mas pela proporção de alunos. Onde se confunde informar
com a promoção da capacidade de pensar,
que gera conhecimento e entendimento. Confundem escolaridade com capacidade,
cultura com sabedoria e aí, meus caros, podemos continuar sendo um “país carinhoso,” porém, um país sem educação cívica, sem cidadania consciente continuará, convivendo com a criminalidade alimentada pelos exemplos de
corrupção que vêm de cima, e nossos adolescentes continuarão a serviço dos
traficantes por absoluta falta de preparo e perspectivas quanto ao seu futuro.
Creio que nossas comemorações devem ensejar um momento de profunda reflexão, pois pais sem Educação e país sem futuro.
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