O novo livro do Papa Bento XVI, sobre o
nascimento de Cristo, provocou controvérsias e desagradou várias pessoas, ao
declarar que no “Presépio não havia animais.” Presépio é definido como: “Lugar
onde se recolhe gado; curral, estábulo. Lucas ao registrar o nascimento de
Jesus, diz: “E ela deu à luz o seu filho primogênito, enfaixou-o e o deitou
numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria.” Cap. 2. Vs. 7.
O Dicionário Bíblico de Almeida define manjedoura, como: “Tabuleiro de madeira
ou de pedra em que se põe comida para os animais nas estrebarias”. No interior
do Brasil é chamada de “cocho.” Os Evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas,
chamados de “Evangelhos Sinóticos,” ao registrarem o nascimento de Jesus
Cristo, não mencionam a presença ou a ausência de animais no local onde Jesus
nasceu. O mesmo dicionário define Estrebaria, como: “Construção onde animais são
abrigados e alimentados.” Ver 2 Crônicas
32.28.
Em minha opinião, se havia ou não
animal presente na Estrebaria, é irrelevante. O que me levou a fazer esse breve
arrazoado foi a reação de algumas pessoas que, interrogadas sobre a declaração
do Papa, afirmaram: “Se tirar os animais do Presépio o Natal estará vazio!”
É impressionante como certas tradições tomam o lugar do que é básico e
fundamental. Tiraram Jesus do Natal e o substituíram por Papai Noel e o povão
não reclamou, não objetou. Porém tirar os animais do presépio vai esvaziar o
Natal. Essas pessoas, que não desejo julgar, pois não sou juiz de ninguém,
ainda não se deram conta de que o Natal já foi esvaziado faz um bom tempo. Não
há mais lugar para o Aniversariante. Ele está fora. Esquecido, ignorado marginalizado. É
exatamente isso que a sétima Carta do Apocalipse dirigida à Igreja de
Laodicéia, que coloca em foco o período histórico- profético da Igreja aqui na
terra registra, nas Palavras de Jesus: “Escutem! Eu estou à porta e bato. Se
alguém ouvir a minha voz e abrir a porta, eu entrarei em sua casa, e nós
jantaremos juntos.” Apocalipse 3.20.
É evidente que quem bate numa porta
está do lado de fora e quer entrar. Jesus está fora das portas de muitas casas,
de muitos lares e de muitos corações. No Dia em que se comemora o seu Nascimento,
há lugar para o Papai Noel, para a árvore de natal, para os cartões de boas
festas, para as luzes coloridas, para a troca de presentes e, para os que têm
recursos, há a mesa farta com os alimentos típicos e muita bebida, porém o
Aniversariante não é lembrado. A cada ano se constata a expressão que marcou a
primeira página de sua vida entre nós: “... Porque não havia lugar para eles na
hospedaria.” Lucas 2.7. É triste, mas é verdade.
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