quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

CONFISSÃO

Confesso, sem nenhuma reserva, que já fui taxado de “Velho, Louco e Radical,” e, por último, de “Simplista.” Comentei cada uma delas, sem nenhuma dificuldade ou neura e as registrei nos blogs: reflexojovem.wordpress, e no www. Rev.ramalho.blogspot.com. Agora estou me sentindo forçado, pela realidade que me envolve e no contexto eclesiástico em que vivo, a fazer uma “Confissão.” Eu estou me sentindo “Anacrônico.” Não no sentido de ser: “oposto à cronologia ou desatualizado,” conforme a definição do termo, porém triste e um tanto perplexo diante do que tenho assistido quanto ao comportamento humano, nos dias que vivemos.

Provavelmente, isso seja devido aos meus 80 anos de idade, 60 anos de casado, 57 anos de vida cristã e 51 de Ordenação Ministerial. O que equivale dizer que, eu sou de outra época, de outro tempo. Época na qual o casamento era a união de um homem com uma mulher. Em que os pais educavam os seus filhos e não os matavam, ou os abandonavam nas lixeiras, nas calçadas, nos banheiros dos hospitais ou os jogavam na rua através das janelas dos seus veículos, para serem atropelados e mortos. Época em que os filhos pediam a bênção dos pais e alguns beijavam a sua mão e os chamavam de senhor e senhora. Tempo em que a família se reunia em torno da mesa de jantar para um bate papo informal, mas muito proveitoso. Época em que as Igrejas Evangélicas pregavam ao povo mensagens de arrependimento, de renúncia, de porta estreita e caminho apertado, do poder do sangue de Cristo, de sua morte e ressurreição. Do tempo em que as lideranças das igrejas estavam interessadas na expansão do Reino de Deus e não apenas no crescimento do seu grupo e na influência pessoal dos seus líderes. Época em que o principal utensílio do mobiliário dos templos, era o Púlpito, a Tribuna Sagrada, e não a estridente bateria. Tempo em que, após o término dos cultos, o povo esperava o pastor ou o pregador, que usam paletó e gravata, chegar até à porta para cumprimentar os crentes e os visitantes. Época em que, Culto, era Culto de adoração, de louvor e de pregação da Palavra de Deus, e não Shows agitados e barulhentos. Tempo em que a identidade das igrejas, dos vários seguimentos denominacionais, era conhecida por suas doutrinas, sua estrutura de governo, forma de batismo e por sua liturgia. Época em que os pregadores falavam não das coisas que as pessoas queriam ouvir, porém daquilo que elas precisavam ouvir. Mostrando-lhes que: “a vida de um homem não consiste na abundância dos bens que ele possui.” (Lucas 12.15). Alertando-as que: “de nada aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma.” (Marcos 8.36). Tempo em que os crentes conheciam e se esforçavam para praticar os preceitos contidos em textos como: Salmo 1º vs. 1,2; Romanos 12. vs.1,2 e Efésios 5. vs.1 a13. Época em que o desejo, o empenho e o propósito dos crentes, tinham como objetivo agradar a Deus e não ao mundo. Tempo em que se sentiam confortados em observar a 9ª Bem-aventurança. (Mateus 5.11,12.)
É claro que entendo que tudo isso é resultado do fato do homem ter se afastado de Deus, na tentativa de viver a sua vida, não tendo nenhum comprometimento com o seu Criador e Senhor. Na vã e ilusória esperança de bastar-se a si mesmo, descartando Deus da sua existência. Como também sei e creio na palavra do Apóstolo Paulo, ao afirmar que: “Os homens maus, perversos e impostores irão de mal a pior, enganando e sendo enganados” ( 2 Timóteo 3.13). Tudo isso, sem dúvida, revela que eu sou de uma época e de uma espécie em extinção. Todavia, pela Graça de Deus, eu posso dizer como o apóstolo: “É por isso que sofro essas coisas. Mas eu ainda tenho muita confiança, pois sei em quem tenho crido e estou certo de que ele é poderoso para guardar, até aquele dia, aquilo que ele me confiou.” ( 2 Timóteo 1.vs. 12 ).
A Ele toda Honra e Glória. Aleluia! Amém e Amém!

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